A Samsung anunciou durante a BGS 2023 a chegada da segunda geração do seu projetor inteligente ao Brasil. O The Freestyle 2nd Gen chega ao país com foco em jogos pela nuvem e a promessa de evoluções em relação ao antecessor.
Mas será que os avanços foram muito consistentes? O que ele traz de novidade para esta versão? O TudoCelular testou uma unidade antecipadamente nos últimos dias e mostra em detalhes nesta análise.
Design e conectividade
Se você já conhece a primeira geração do Freestyle, saiba que aqui não terá qualquer diferença no design. A segunda geração segue com um corpo cilíndrico na cor branca, com construção de metal e acabamento fosco.
Ele manteve a base que serve de suporte giratório, para conseguir se movimentar em um ângulo de até 180 graus. As dimensões e o peso também permaneceram. Ou seja, você ainda terá uma altura de cerca de 17 cm, além dos pouco mais de 830 g. Um corpo fácil de ser levado para outro cômodo da sua casa ou em uma viagem.
Na parte superior, ficam a lente de projeção, dois sensores de distância que ajustam a imagem, além dos botões de toque para ligar e desligar, baixar e aumentar o volume do som ou se conectar rapidamente a um dispositivo móvel.
Ele também vem com uma tampa translúcida para colocar sobre a saída de luz enquanto o projetor estiver ligado, caso você queira transformar o produto em uma luminária no seu quarto, ou enquanto desligado, para proteger os sensores de poeira ou algum impacto indesejado.
Embaixo, estão a saída de som e as únicas mudanças no visual até aqui. A Samsung tirou o conector magnético e os pinos para montagem na parede. No lugar, deixou quatro coberturas normais, que podem servir de pezinhos se o produto estiver sem a base giratória.
Na circunferência do projetor, dá para ver vários furos que ajudam na ventilação do produto. É também no meio que ficam posicionadas a chave para ativar ou desativar os três microfones espalhados pelo produto, a porta USB-C, onde vai o cabo de energia, e a entrada micro-HDMI, caso você queira ligar alguma fonte de imagem externa, como um console ou um decoder de TV. A conectividade se completa com o Wi-Fi de quinta geração e o suporte a Bluetooth, para conexão de fones e outros dispositivos sem fio.
Uma pena que a Samsung não manda o adaptador para HDMI comum na embalagem. A caixa é acompanhada de um cabo USB Tipo-C, o adaptador de tomada de 65W, os manuais e um controle remoto.
Por falar nele, agora a Samsung substituiu o modelo mais tradicional por um Solar Cell, recarregável por energia solar. Ele tem mais espessura e altura que o antecessor, porém traz essa pegada mais sustentável ao produto.
Imagem e som
A Samsung manteve praticamente todas as especificações da parte multimídia da geração passada nesta segunda edição. Isso significa que o The Freestyle 2nd Gen segue com uma projeção baseada em LED com um brilho de 230 ANSI Lumens, que pode ser insuficiente se você estiver em um ambiente muito claro, mas não chega a ficar inutilizável.
Pelo menos, a vida útil saltou de 20 mil para 30 mil horas, o que permitiria um funcionamento durante aproximadamente 10 anos, ao considerar o uso de cerca de 8 horas por dia. Mais uma melhoria visando a sustentabilidade.
A projeção pode ir até 100 polegadas, a depender da distância do produto para a superfície projetada. O tamanho máximo é alcançado com quase três metros, mas você já terá algo acima de 70 polegadas com pouco menos de dois metros entre o Freestyle e a parede.
A imagem também continua com resolução apenas Full HD e uma taxa de atualização de 60 Hz, além do aspecto 16:9. Entendemos que era o momento de a coreana ter avançado aqui, seja para uma exibição em 4K, ou para uma frequência maior, já que o foco de agora está nos games.
De toda a forma, o HDR10 está presente aqui, mesmo que pouco explorado nos serviços de streaming compatíveis. As cores agradam no geral, enquanto o contraste acerta no realce da imagem mesmo quando o ambiente não está totalmente escuro. O projetor ainda detecta automaticamente a cor da superfície, para não gerar distorção
O dispositivo possui um ajuste automático de imagem, que calibra tanto a inclinação quanto a base, para ficar com as bordas retas. Caso ele não fique perfeito, dá para gerenciar de forma manual.
O foco também é configurado de maneira automática e aqui notamos uma mudança. O novo Freestyle ficou mais eficiente para deixar o foco perfeito em todos os lados e, caso queira calibrar manualmente, há um ajuste mais fino, até encontrar o ponto perfeito.
A parte sonora segue com um alto-falante com potência de 5W RMS. A Samsung deixou três configurações pré-definidas. Uma padrão, que possibilita equalizar as frequências como desejar; uma adaptável, que varia conforme o conteúdo; e uma amplificada, se desejar mais potência no áudio.
No geral, vimos um som bastante agradável e nítido, com um equilíbrio satisfatório entre graves, médios e agudos. Algo que já percebemos na primeira geração. Caso prefira uma solução mais imersiva e potente, poderá conectar alguma caixa de som ou um fone de ouvido pelo Bluetooth.
Sistema e apps
O The Freestyle vem equipado com o Tizen como seu sistema operacional nativo. Em outras palavras, a navegação nele não é diferente do que costumamos ver em Smart TVs recentes da marca.
A tela inicial abriga os atalhos personalizáveis para os aplicativos instalados, além de sugestões de conteúdo que possam te interessar em cada um deles. Há também acesso à loja de apps, com as mesmas opções presentes nos televisores da Samsung, e suporte às assistentes Bixby e Alexa, com ativação automática pelos microfones ou no botão dedicado do controle.
Entre os streamings nativos presentes aqui, estão os mais tradicionais como a Netflix, o Prime Video e o Globoplay. Os três com acesso por meio de atalhos no próprio controle remoto. Além deles, dá para você instalar outros como Disney Plus, Star Plus, HBO Max e YouTube, por exemplo.
Outro com acesso fácil é a plataforma de canais gratuitos do Samsung TV Plus. Ela se complementa com outras alternativas pagas para ver as emissoras ao vivo, como o App Claro TV Mais e a recém-chegada Zapping.
Percebemos que o sistema está um pouco mais rápido nesta geração para abrir as aplicações e alternar entre elas. O único que notamos uma lentidão na abertura e na navegação foi o Globoplay, mas nada que um tempo de uso não carregue normalmente.
A interface ainda traz o já conhecido Modo Ambiente, que permite a você colocar uma imagem fixa de exibição, para animar uma festa ou deixar como decoração do seu ambiente. As alternativas aqui não são diferentes de antes, ou seja, você pode colocar desde uma mensagem de boas-vindas, até uma paisagem em uma janela.
Também dá para personalizar com alguma foto da sua galeria por meio do aplicativo SmartThings. E por falar nele, você também pode integrar o projetor para colocá-lo como parte da sua casa conectada. Inclusive, o usuário consegue aproveitar o seu celular como um controle remoto do Freestyle.
Uma das novidades para esta geração é o recurso Smart Edge Blending. Ele permite combinar duas unidades do Freestyle para gerar uma imagem ultrawide. Porém, até o momento, a Samsung permite apenas o uso com dois projetores da segunda geração, o que deve exigir um grande investimento por parte do consumidor.
Mas o grande destaque fica por conta da inclusão do Gaming Hub no Freestyle de segunda geração. A plataforma de jogos em nuvem pode ser acessada pela tela inicial e garante acesso ao app do Xbox, que já vem instalado de fábrica, e ao do GeForce Now, com atalho fácil para fazer download.
Jogos
Então, chegou a hora de detalhar a nossa experiência no uso do Freestyle para os jogos. Você pode conectar um controle Bluetooth e comandar por ele toda a navegação no sistema do projetor, para passar pelas sugestões e listas de games presentes nesta área.
No GeForce Now, é necessário conectar a sua conta e encarar uma fila enorme para aproveitar algum jogo da sua biblioteca, caso você não assine o plano pago oferecido pela NVIDIA.
A experiência vai ser um pouco mais agradável no Xbox Cloud Gaming. Sentimos apenas alguns engasgos ao passar os jogos do catálogo, mas nada que vá atrapalhar a experiência no geral.
Outro problema está na espera de 15 minutos inserida pela Microsoft recentemente, e aqui não é diferente. Você vai precisar ter um pouco de paciência quando quiser jogar algo em nuvem e, principalmente, se desejar trocar para outro título, o que obriga a aguardar o tempo de novo.
E quanto a experiência dentro dos jogos? Aqui percebemos o quanto faz falta um avanço nas especificações de imagem do projetor. Fortnite rodou bem nele, com boa estabilidade na conexão e sem travamentos. Só que sentimos falta de uma taxa de quadros por segundo maior, visto que você precisará ser ágil para atirar contra os adversários.
Já Forza Horizon 5 apresentou uma boa fluidez para o gênero, mas sabemos que a parte gráfica pode entregar mais nele, em especial se tivéssemos uma resolução nativa superior no aparelho.
Consideraes finais
The Freestyle 2nd Gen mostrou ser uma boa evolução em relação ao seu antecessor. Ele agora se preocupa mais com sustentabilidade, tem uma navegação mais rápida e ganhou integração com serviços de jogos em nuvem. Sem falar no Smart Edge Blending, mas este apenas funciona se você desembolsar em uma segunda unidade.
A presença do Gaming Hub promete expandir o público do projetor inteligente da marca também para os jogadores. A experiência neste quesito é satisfatória, apesar das limitações que os serviços e a própria configuração do dispositivo impõem.
No mais, o Freestyle segue com a sua proposta de fornecer uma experiência de Smart TV em um produto compacto e que pode ser transportado com facilidade para outros locais. Você vai encontrar todos os principais aplicativos dos televisores neste produto, o que permite desde ver TV ao vivo pela internet até curtir seus filmes e séries favoritos em plataformas de streaming.
Ao menos, não vimos regressos em relação à geração passada. Mesmo que a manutenção do design seja bem-vinda, entendemos que era a hora de a configuração ter uma evolução a uma resolução superior ou uma imagem mais fluida.
A Samsung apresentou o The Freestyle 2nd Gen no Brasil direto da BGS 2023, pelo preço sugerido de R$ 3.999. É um valor bem abaixo dos R$ 6.999 de custo inicial da primeira geração e quase o mesmo dos R$ 3.300 cobrados por ela no mercado atual.
Este é um produto sem concorrentes no varejo nacional, mas será que vale a pena investir nesta versão nova, ou a primeira ainda pode te atender? Se você dispensa o uso para jogos, poderá ser um bom negócio apostar na edição mais antiga, caso encontre por valores abaixo dos R$ 3.000. Com a diferença se mantendo pequena, vale partir direto para a segunda geração.
Você gostou do The Freestyle de segunda geração? O que achou dos avanços para esta nova versão? Pode comentar tudo aí no espaço abaixo.