Parceria entre Brasil e Espanha vai desenhar maior mapa 3D do universo até hoje

Um projeto colaborativo entre Brasil e Espanha está em andamento, focado na observação de amplos setores do céu a partir da Serra de Javalambre, em Aragón, na Espanha. O Projeto Javalambre Physics of the Accelerating Universe Astrophysical Survey (J-PAS) reúne mais de 250 pesquisadores de 18 países, e é liderado por nomes da Espanha e Brasil. O objetivo é aumentar nosso entendimento do universo, com ênfase na natureza da energia escura, montando uma espécie de mapa 3D do universo —ambicionando ser o maior feito até hoje.

O núcleo do projeto é o Observatório Astrofísico de Javalambre, que começou a coletar seus primeiros dados. Utilizando o telescópio JST250, com um campo de visão notável equivalente a aproximadamente 20 luas cheias, o J-PAS se destaca por sua câmera panorâmica, a JPCam —a segunda maior do mundo, composta por 14 detectores CCD, cada um com 9.200 x 9.200 pixels, fazendo deles os maiores CCDs do mundo.

A característica distintiva do J-PAS é seu sistema fotométrico sem precedentes, incorporando 56 filtros fotométricos exclusivos e de baixa largura, cuidadosamente projetados para o projeto. Isso permite a produção de foto-espectros detalhados de todos os objetos dentro do campo de visão. Essa configuração torna a combinação JPCam-JST250 ideal para o mapeamento do universo e a medição de distâncias extragalácticas com a precisão necessária para fins cosmológicos.

A produção da JPCam foi principalmente uma responsabilidade brasileira, com financiamento proveniente de várias fontes, incluindo FINEP/MCTI, FAPERJ, Observatório Nacional, FAPESP, o Governo de Aragón e o Ministério da Ciência e Inovação da Espanha.


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O desenvolvimento da JPCam foi um empreendimento complexo que envolveu diversos técnicos, engenheiros e cientistas de instituições como o ON, IAG/USP, INPE no Brasil, além do CEFCA e IAA na Espanha.

Até o momento, já foram observados os primeiros 15 graus quadrados de céu com os 56 filtros do J-PAS, o que equivale a uma área de 60 luas cheias. Apesar de ser apenas o início desse mapeamento, os dados já incluem informações sobre cerca de um milhão de estrelas e galáxias.

A captura de centenas de imagens todas as noites de observação gera um grande volume de dados, o que levou à criação de um centro de dados dedicado no OAJ, responsável pelo armazenamento, gerenciamento e calibração dos dados científicos gerados pelo J-PAS.

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