O Cult of Dead Cow, um grupo hacker que ficou conhecido ao longo das décadas pelos seus vírus que impactavam o funcionamente de gerações de Windows, agora está em um propósito diferente: desenvolver apps sociais e estruturas de codificação que assegurem os dados pessoais dos usuários e garantam navegação segura.
Eles desenvolveram a Veilid, uma estrutura que pode ser aplicada por desenvolvedores em suas soluções, baseada em produtos gratuitos como o Signal, que traz boa criptografia para mensagens de texto e chamadas de voz, além do Tor, navegador anônimo que trabalha num diferente protocolo da internet.
Segundo reportagem do Washington Post, agora o desafio do grupo é convencer programadores a usar o sistema, já que os fluxos de receita potenciais são limitados pela incapacidade de coletar informações detalhadas dos usuários. O uso do Veilid, por exemplo, impediria a propagação de anúncios segmentados e personalizados.
Entretanto, é possível que o sistema atraia quem esteja cansado do uso de dados abusivo das redes sociais mais populares.
“É ótimo que as pessoas estejam desenvolvendo uma estrutura de criptografia de ponta a ponta para tudo. Podemos ultrapassar o modelo de negócios de vigilância” disse Cindy Cohn, diretora executiva da organização sem fins lucrativos Electronic Frontier Foundation, à reportagem do WP.
A Veilid, sem fins lucrativos, seria tão fácil de usar quanto o Facebook. “É raro de se deparar com algo que não esteja vendendo seus dados. Estamos dando às pessoas a capacidade de optar por não participar da economia de dados. Devolva o poder aos usuários, dê agência sobre seus dados e dane-se essas pessoas que ganharam milhões de informações do período”, destacou Katelyn Bowden, uma das pessoas responsáveis pelo sistema.
Uma das preocupações é em relação a moderação de conteúdo, assunto que está no centro das discussões em função da disseminação de fake news e discursos de ódio no X, antigo Twitter, e no Facebook.