Atualização (19/07/24) – JB
Após diversas fontes confirmarem que o governo dos Estados Unidos está se preparando para penalizar até mesmo as empresas que vendem máquinas de chips para a China, o governo chinês se posicionou duramente contra a medida.
Em comunicado oficial divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, Pequim disse que as medidas estudadas pela Casa Branca prejudicam gravemente as regras do comércio internacional.
Os Estados Unidos exageram no conceito de segurança nacional, politizam questões comerciais e tecnológicas e as usam como armas para apertar o controle sobre a exportação de chips para a China e coagir outros países a irem atrás da indústria chinesa de semicondutores.
O porta-voz do ministério chinês, Lin Jian, ainda pediu que Holanda e Japão “façam a coisa certa” e resistam firmemente à coerção dos EUA.
Além disso, ele instou esses países a defender uma ordem comercial justa e aberta para proteger os interesses das suas empresas “no longo prazo”.
Por enquanto, a Casa Branca não comentou o assunto. Mesmo assim, dificilmente ASML e Tokyo Electron possam fazer alguma coisa caso os EUA ativem a regra FDPR.
Isso porque ela prevê que o governo americano assuma o controle total das máquinas produzidas por essas empresas.
Texto original (18/07/24)
EUA podem penalizar ASML e outras fabricantes de chips por não aplicar sanções duras a China
O governo dos Estados Unidos tem considerado aplicar uma espécie de “penalidade” para a ASML e empresas japonesas que seguem fornecendo máquinas de chips para a China.
Segundo pessoas que possuem acesso ao Departamento de Comércio, o governo Biden quer usar a “regra do produto estrangeiro direto” (FDPR) para evitar que equipamentos produzidos por ASML e Tokyo Electron sejam entregues aos chineses.
Introduzida na legislação americana em 1959, a FDPR dá total poder para que o governo dos EUA possa interferir no comércio de tecnologias que foram desenvolvidas inicialmente no país, mesmo que elas sejam usadas em outros países.
Na prática, caso seja aplicada, a FDPR tirará a ASML do controle dos equipamentos que ela mesmo produz, uma vez que eles contém tecnologias e patentes dos EUA.
Em reuniões realizadas em Tóquio e Haia, representantes do governo dos EUA tem alertado que a Casa Branca está disposta a aplicar a FDPR caso as empresas dos países não endureçam as sanções contra os chineses.
O governo dos EUA ainda exige que a ASML deixe de dar assistência a equipamentos que foram vendidos para os chineses antes das sanções.
Por enquanto, ASML, Tokyo Electron e o Departamento de Comércio não comentaram o assunto.
De toda forma, o governo americano quer ampliar as sanções contra os chineses antes das eleições deste ano, que serão realizadas em novembro.
Analistas de mercado também consideram que a tendência é de que a “disputa comercial” entre China e EUA fique ainda mais acirrada em 2025, independente do presidente que assumir a Casa Branca.
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