O SBV (Suporte Básico de Vida) compreende a pronta identificação da parada cardiorrespiratória, a solicitação imediata de assistência, o início das manobras de RCP e a utilização do desfibrilador externo automático.
Neste episódio, Renata Carneiro, especialista em pediatria e editora-médica do Whitebook, explora os elementos cruciais do Suporte Básico de Vida em Pediatria (SBV), fundamentado nos critérios internacionais de reanimação cardiopulmonar da AHA.
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Características da Reanimação Cardiopulmonar
Bebê (< 1 ano):
- Frequência: 100-120 compressões/minuto;
- Local de compressão sobre o esterno: Logo abaixo da linha intermamilar;
- Modo de compressão:
- Um socorrista: Com as extremidades dos dois maiores dedos da mão dominante;
- Dois ou mais socorristas: Com os dois polegares abraçando o tórax com o restante das mãos.
- Profundidade (um terço do diâmetro anteroposterior do tórax): Cerca de 4 cm;
- Relação compressão-ventilação:
- Um socorrista: 30:2;
- Dois ou mais socorristas: 15:2.
- Ventilação: aplicar cada ventilação por um segundo com elevação do tórax.
Criança (> 1 ano de idade até o início da puberdade):
- Frequência: 100-120 compressões/minuto;
- Local de compressão sobre o esterno: 2 cm acima do apêndice xifoide;
- Modo de compressão: Com região tenar e hipotenar usando uma ou duas mãos entrelaçadas (palma da mão sobre o dorso da outra mão);
- Profundidade (um terço do diâmetro anteroposterior do tórax): Cerca de 5 cm;
- Relação compressão-ventilação:
- Um socorrista: 30:2;
- Dois ou mais socorristas: 15:2.
- Ventilação:
- Aplicar cada ventilação por um segundo com leve elevação do tórax;
- Via aérea avançada: Uma ventilação a cada 2-3 segundos (20-30 ventilações/minuto).
Adolescentes e adultos:
- Frequência: 100-120 compressões/minuto;
- Local de compressão sobre o esterno: 2 cm acima do apêndice xifoide;
- Modo de compressão: Com região tenar e hipotenar usando uma ou duas mãos entrelaçadas (palma da mão sobre o dorso da outra mão);
- Profundidade (um terço do diâmetro anteroposterior do tórax): 5-6 cm;
- Relação compressão-ventilação: Sempre 30:2;
- Ventilação:
- Aplicar cada ventilação por 1 segundo com leve elevação do tórax;
- Via aérea avançada: Uma ventilação a cada 2-3 segundos (20-30 ventilações/minuto).
Permitir sempre o retorno do tórax após cada compressão. Colocar o paciente sobre superfície rígida como prancha de reanimação. A cada 2 minutos, checar pulso, ritmo e trocar socorrista compressor.
No ambiente hospitalar, antes da obtenção de uma via aérea definitiva, a ventilação pode ser realizada com dispositivo bolsa-máscara.
Para bebês e crianças, sincronizar compressões com ventilações na ausência de via aérea avançada.
Na atualização do PALS em 2020 pela AHA, foi estabelecido que a manobra de pressão cricóidea não deve ser realizada, e que os tubos traqueais utilizados na reanimação podem ter ou não cuff, dando-se preferência aos tubos com cuff quando possível. Diversos estudos demonstraram a segurança dos tubos endotraqueais com cuff; além disso, há uma necessidade reduzida de troca, reintubação e risco de aspiração.
Segundo a atualização da diretriz de RCP Pediátrica da American Heart Association de 2020, para adolescentes e adultos, os profissionais de saúde podem escolher se querem ou não sincronizar as compressões com as ventilações mesmo sem via aérea avançada, fornecendo uma ventilação a cada 2-3 segundos se quiserem manter compressões torácicas contínuas.
Criança com pulso FC > 60 bpm, mas que não respira, deve receber uma ventilação a cada 2-3 segundos (20-30 por minuto). Após obtenção de uma via aérea segura pela intubação endotraqueal, a ventilação deverá ser mantida na mesma frequência (1 ventilação a cada 2-3 segundos, ou seja, 20-30 ventilações por minuto).
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As informações utilizadas nesta publicação foram obtidas no Whitebook Clinical Decision.