O ultrassom transvaginal pode ser usado no pré-operatório do câncer endometrial?

O câncer de endométrio é o sexto câncer mais comum nas mulheres, e o câncer ginecológico mais comum nos países de alta renda. O estadiamento pré-operatório do câncer uterino é importante para conseguirmos selecionar pacientes de baixo risco, evitando a redução desnecessária de linfonodos. Diminuindo a morbidade e mortalidade das pacientes submetidas ao tratamento de câncer endometrial. Saber indicar adequadamente o procedimento cirúrgico para a paciente oncológica pode aumentar a sobrevida e a qualidade de vida da paciente.

Leia também: Diagnóstico de adenomiose: ultrassonografia transvaginal ou ressonância magnética?

Em junho de 2023, foi publicado um artigo no Frontiers in Oncology com o objetivo de avaliar a validade da ultrassonografia transvaginal (USTV) no estadiamento pré-operatório do câncer endometrial em comparação com a ressonância magnética pélvica (RMGP).

O ultrassom transvaginal pode ser usado no pré-operatório do câncer endometrial?

Métodos

Os autores conduziram um estudo multicêntrico prospectivo longitudinal entre 2017 e 2018. Os critérios de inclusão utilizados foram casos de neoplasia endometrial confirmados histologicamente ou com forte suspeita de imagem, com pacientes candidatas a cirurgia como tratamento primário.

Resultados

De acordo com os autores, a RMGP tem uma sensibilidade de 92% ao avaliar a invasão endometrial, tendo uma acurácia maior em relação à USTV. Somente a invasão cervical teve uma sensibilidade similar. Contudo, em uma revisão sistemática foi reportado que a USTV 3D foi equivalente, e até superior (em um único estudo), à RMGP. Vale ressaltar que os estudos mostraram que ao unir os resultados da RMGP e da USTV temos uma especificidade e sensibilidade maior, conseguindo um estadiamento mais fidedigno, proporcionando à paciente uma cirurgia de acordo com sua patologia.

Saiba mais: Risco de câncer de endométrio em mulheres assintomáticas baseado na espessura ultrassonográfica

Conclusão e mensagem prática

Esse é o nosso objetivo ao realizar uma cirurgia oncológica, fazer um procedimento cirúrgico “sob medida” para cada paciente, evitando riscos desnecessários por ser menos invasivos quando possível. Diminuindo assim, tempo cirúrgico e de internação, gastos e, o principal, morbidade e mortalidade, além de aumentar a sobrevida com qualidade dessas pacientes.

Selecione o motivo:

Errado

Incompleto

Desatualizado

Confuso

Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Autor

Graduação em Medicina pela Universidade José do Rosário Vellano ⦁ Residência em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital Regional de Presidente Prudente ⦁ Especialização em Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva pelo Hospital Sírio-Libanês ⦁ Especialização em Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade de Tecnologia em Saúde ⦁ Especialização em andamento em Medicina fetal pela Fetus

Referências bibliográficas:
Ícone de seta para baixo

  • Rei M, Costa-Santos C, Bernardes J, Costa A. Preoperative staging of uterine cancer: can transvaginal ultrasonography play a role? Front Oncol. 2023 Jun 19;13:1089105. DOI: 10.3389/fonc.2023.1089105.


LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

- Advertisement -spot_img

ÚLTIMAS NOTÍCIAS