A evolução da artroplastia total de quadril e mais especificamente do componente acetabular não cimentado permitiu o aumento da durabilidade das próteses. Entretanto, a colocação da copa acetabular depende muito da habilidade e experiência do cirurgião. Se a força exercida com o martelo for insuficiente pode levar a soltura do componente, assim como uma força excessiva pode gerar uma fratura do acetábulo.
O som oriundo das marteladas é a principal pista para o cirurgião sobre se o componente está bem implantado ou não. Apesar disso, nunca foi avaliado objetivamente qual frequência de onda sonora seria a ideal para a fixação. Visto isso, foi publicado no último mês na revista “Bone and Joint Open” um estudo com o objetivo de investigar quantitativamente as diferenças nas características acústicas durante a impactação da copa não cimentada entre casos bem e malsucedidos de fixação, e identificar quais características do paciente contribuem para as características acústicas durante a impactação das copas não cimentados.
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O estudo
Foram selecionados 56 quadris operados com o sistema acetabular Trident HA (Stryker, USA) via acesso anterior por quatro cirurgiões diferentes em um hospital japonês entre 2018 e 2022. Em cada tentativa de fixação acetabular, os últimos cinco sons de impacto de marteladas consecutivas foram registrados em todos os pacientes, exceto em um, no qual apenas quatro sons de impacto de marteladas foram executados e gravados. Então, esses sons foram rotulados como um sucesso ou falha da tentativa inicial de ajuste por pressão.
A fixação bem-sucedida foi definida se os dois critérios a seguir foram atendidos: 1) no intraoperatório, a estabilidade da copa foi mantida após aplicação manual do teste de torque; e 2) com um mês de pós-operatório, a copa não apresentava translação na radiografia. Cada som de martelada foi convertido em pressões sonoras em 24 bandas de frequência. As características básicas do paciente foram avaliadas como potencial contribuintes para o som das marteladas.
A média da pressão sonora (SP) de fixação bem-sucedida em 0,5 a 1,0 kHz foi maior do que aquela de fixação malsucedida (0,0694 (intervalo interquartil (IQR) 0,04721 a 0,09576) vs 0,05425 (IQR 0,03047 a 0,06803), p < 0,001). O SP médio de fixação bem-sucedida em 3,5 a 4,0 kHz e 4,0 a 4,5 kHz foi menor do que a fixação malsucedida (0,0812 (IQR 0,05631 a 0,01161) vs. 0,1233 (IIQ 0,0730 a 0,1449), p < 0,001; e 0,0891 (IQR 0,0526 a 0,0891) vs 0,0885 (IQR 0,0716 para 0,1048); p < 0,001, respectivamente). Houve uma relação positiva estatisticamente significativa entre peso corporal e PS em 0,5 a 1,0 kHz (p < 0,001). Análises multivariadas indicaram que o SP em 0,5 a 1,0 kHz e 3,5 a 4,0 kHz foi independentemente associado ao sucesso da fixação.
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Conclusão
As faixas de frequência de 0,5 a 1,0 e 3,5 a 4,0 kHz foram a chave para distinguir o som característico entre fixação da copa acetabular não cimentada bem e malsucedida.
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Autor
Médico pela UERJ ⦁ Ortopedia e Cirurgia da Mão pelo INTO ⦁ Mestrando em Ciências Aplicadas ao Sistema Musculoesquelético (INTO)
- Homma Y, Zhuang X, Watari T, Hayashi K, Baba T, Kamath A, Ishijima M. Differences in acoustic parameters of hammering sounds between successful and unsuccessful initial cementless cup press-fit fixation in total hip arthroplasty.