A esquistossomose, também conhecida como barriga d’água, é uma doença inflamatória causada por parasitas Schistosoma spp. A infecção ocorre pela penetração da cercária (forma infectante do parasita e presente em água contaminada) na pele e tem pico de prevalência aos 10-20 anos de idade.
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Apresenta evolução crônica, gravidade variável e a maioria dos pacientes infectados são assintomáticos ou apresentam sintomas inespecíficos, sendo os sintomas mais graves observados naqueles com alta carga parasitária ou que permanecem infectados durante longos períodos de tempo.
No que concerne à clínica, pode ser classificada nas fases inicial e tardia. A fase inicial corresponde à penetração da cercária pela pele, podendo ser ou não sintomática. Quando sintomática, logo após o contato infectante, alguns indivíduos se queixam de uma erupção cutânea papular pruriginosa que pode durar até cinco dias após a infecção, condição chamada de dermatite cercariana.
Ademais, nos intensamente infectados, quatro a oito semanas após a exposição, pode se manifestar a síndrome de katayama que se apresenta com febre, calafrios, sudorese, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, eosinofilia, tosse e dor abdominal. Tal síndrome é mais comum naqueles que visitam a área endêmica pela primeira vez e nos que sofrem a infecção primária em idade mais avançada.
Na fase tardia, por sua vez, encontram-se as manifestações crônicas que variam a depender da localização e da intensidade do parasitismo assim como da resposta imunológica do indivíduo. Na fase intestinal, por exemplo, podem ser observados sintomas como dores abdominais em cólica, diarreia, hepatoesplenomegalia, ascite e hipertensão portal.
Como a esquistossomose se apresenta de forma diversa, de acordo com a fase da doença, é importante pensar nos diagnósticos diferenciais para cada fase evolutiva.
Dermatite cercariana:
- Reação de hipersensibilidade;
- Dermatite de contato;
- Dermatite causada por substâncias químicas;
- Dermatites causadas por larvas de outros helmintos.
Esquistossomose aguda ou febre de Takayama:
- Malária;
- Doença de Chagas aguda;
- Tuberculose miliar;
- Febre tifoide;
- Brucelose;
- Hepatite A;
- Hepatite B;
- Mononucleose;
- Amebíase;
- Ancilostomose aguda;
- Estrongiloidíase.
Esquistossomose crônica:
- Estrongiloidíase;
- Giardíase;
- Amebíase;
- Outras parasitoses;
- Linfoma;
- Leucemia;
- Cirrose;
- Hepatoma;
- Esplenomegalia tropical;
- Calazar;
- Salmonelose prolongada.
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Autor
Editora médica do Whitebook ⦁ Residente de Pediatria pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) ⦁ Graduação em Medicina pela UFPE.
- Kliegman RM, Stanton BF, Geme JWS, et al. Nelson, Tratado de Pediatria. 19a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
- Brasil. Vigilância da Esquistossomose Mansoni: diretrizes técnicas. 4. ed. Brasília:Ministério da Saúde, 2014.