Dor no ombro e síndrome do manguito rotador

O ombro é uma das articulações mais móveis do corpo e também mais sujeita a lesões. A dor no ombro é a terceira causa mais comum de dor musculoesquelética. Cerca de sete em cada dez pessoas terão dor no ombro alguma vez na vida. 

médica mexendo em ombro de paciente com síndrome do manguito rotador

O chamado manguito rotador é a união de tendões musculares em volta da articulação do ombro, formando uma “pequena manga”. Os tendões atuam como “cordas de ancoragem” entre músculos e ossos. 

É composto por quatro músculos: subescapular, supraespinhal, infraespinhal e redondo menor, os quais possuem a função de realizar os movimentos de flexão, rotação interna e externa do ombro, além de “manter a articulação no lugar certo”. A lesão mais comum é do tendão do músculo supraespinhal. 

Síndrome do manguito rotador 

É um espectro de afecções que envolvem tais tendões localizados adjacentes a articulação do ombro. As causas de dor podem ser por lesões por uso repetitivo, lesões esportivas traumáticas e também por degeneração e desuso secundária ao envelhecimento. 

Ao longo da idade, os episódios repetidos de inflamação e alterações degenerativas nos tendões, deixam o ombro mais susceptível a dor. Movimentos que antes eram fáceis de fazer, começam a gerar incômodo. 

Sintomas 

A dor no ombro pode ocorrer em repouso, movimento ou até durante o sono. Também podem ocorrer fraqueza, diminuição de amplitude de movimento, resultando em dificuldades nas atividades do cotidiano, domésticas, trabalho e até atividade simples de autocuidado, como pentear o cabelo e enganchar o sutiã nas costas. 

Diagnóstico e tratamento 

Como a síndrome do manguito rotador é de origem multifatorial, o diagnóstico é feito através do exame físico e exame de imagem direcionados, geralmente com a ressonância magnética sendo o de melhor acurácia diagnóstica. 

O tratamento visa melhorar a dor e o movimento. O primeiro passo baseia-se em opções não cirúrgicas, como medicações orais, tópicas, intra-articulares, meios físicos e exercícios de flexibilidade, fortalecimento, propriocepção, mobilização articular do ombro e cintura escapular. É importante reeducar o movimento em atividades do dia a dia e evitar elevação do membro superior acima da altura do ombro. 

Existem novos estudos em Medicina Regenerativa e uso do PRP (plasma rico em plaquetas), que aparentam ser promissores, mas ainda sem indicação formal. 

É importante diferenciar as lesões dos tendões do manguito rotador em parciais ou totais. Nas primeiras é possível sempre seguir as etapas de tratamento conservador com boa possibilidade de melhora, enquanto nas lesões totais opta-se mais rapidamente pelo tratamento cirúrgico com a reinserção com âncoras. 

As complicações mais temidas na dor em ombro talvez sejam a dor crônica e a diminuição do arco do movimento, dificultando atividades simples do cotidiano. Por isso, em qualquer idade, é importante mantê-los fortalecidos e ativos.

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Autor

Médico pela UERJ ⦁  Ortopedia e Cirurgia da Mão pelo INTO ⦁  Mestrando em Ciências Aplicadas ao Sistema Musculoesquelético (INTO)

Referências bibliográficas:
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  • Frontera, wr et al. Essentials of physical medicine and rehabilitation: Musculoskeletal disorders, pain, and rehabilitation. Fourth edition. Elsevier, 2019. 

    Azar, FM et al., Campbell’s Operative Orthopaedics 13th edition Elsevier 


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