Como realizar o diagnóstico do câncer de próstata?

O câncer de próstata, um dos maiores pontos de atenção e preocupação do paciente no que tange a saúde do homem, é uma neoplasia maligna de células epiteliais da próstata. Durante a campanha do novembro azul, é reforçado o cuidado com esta e outras doenças no paciente do sexo masculino. Confira meios de diagnosticar o câncer de próstata, com informações do Whitebook.

câncer de próstata

Abordagem diagnóstica do câncer de próstata

Rastreio

O uso do rastreio para detecção precoce de câncer de próstata é controverso, não sendo recomendado pelo Ministério da Saúde no Brasil.

Há muitos dados que mostram que os possíveis danos relacionados a testes diagnósticos/tratamentos excessivos superam os benefícios. Portanto, deve-se sempre orientar e dividir com o paciente a decisão sobre a dosagem de PSA, quando assintomáticos.

Indicações:

  • Homens entre 50-70 anos;
  • Não rastrear se expectativa de vida inferior a 10 anos;
  • Orientar quanto aos riscos;
  • É necessário o consentimento do paciente.

Confira o método:

  • Dosagem do antígeno prostático especí­fico (PSA):  Proteína produzida exclusivamente pelas células da próstata: Antígeno é altamente específico para a próstata;
  • Não é específico entre as patologias comuns da próstata (hiperplasia benigna, nódulos malignos e prostatite);
  • Não é método diagnóstico;
  • Geralmente o PSA deve ser repetido antes de uma biópsia, já que quase um terço dos pacientes terão uma redução para níveis basais após um mês;
  • Valor absoluto:
    • PSA < 4 nanogramas/mL: Dosagem anual/bianual;
    • PSA entre 4-7 nanogramas/mL: Repetir a dosagem poucos meses depois; se continuar maior que 4, biopsiar;
    • PSA ≥ 7 nanogramas/mL: Biópsia.
  • Vários métodos são usados para aumentar a precisão do teste de PSA:
    • Idade: os níveis de PSA geralmente aumentam à medida que os homens envelhecem, de modo que um único valor deve ter por referência a norma para uma faixa etária específica;
    • Densidade do PSA: calcula a relação entre o tamanho da próstata (por exame de imagem) e o PSA (> 0,15 nanogramas/mL);
    • PSA fracionado: a porcentagem de PSA livre em relação ao PSA total pode ser informativo: Uma proporção elevada (> 30%) é considerada favorável; enquanto uma proporção baixa (< 10%) é mais comumente associada com câncer de próstata;
    • Velocidade do PSA: mudanças no PSA ao longo do tempo, às vezes denominado velocidade de PSA, podem ser altamente informativas. Uma mudança de mais de 0,35 nanogramas/mL pode indicar uma biópsia se o valor de PSA é entre 2,5-4,0 nanogramas/mL; enquanto uma maior que 0,75 nanogramas/mL dentro de um ano pode requerer investigação.

O aumento de PSA não faz diagnóstico, sendo sempre necessária a comprovação histológica com biópsia. Geralmente, é feita biópsia transretal guiada por ultrassonografia. Em casos metastáticos, pode-se biopsiar o sítio de metástase mais acessível.

Toque retal

Todos os homens com assimetria significativa, endurecimento ou nódulos palpáveis da próstata necessitam de mais estudos diagnósticos para descartar câncer de próstata, especialmente se tem idade maior ou igual a 45 anos ou apresentam outros fatores de risco para a doença.

Uma biópsia da próstata é indicada em homens com um exame digital suspeito para neoplasia, independentemente do PSA do soro. Os tumores não detectados pelo exame retal digital incluem os 25-35% que ocorrem em outras partes da glândula, pequenos, T1 e os nódulos malignos que não são palpáveis.

Ultrassonografia transretal (USTR)

Frequentemente utilizada para avaliar anormalidades detectadas pelo exame de toque retal e guiar a biópsia da próstata.

A biópsia da próstata é recomendada independentemente dos resultados, uma vez que a USTR deixa de revelar um número substancial de tumores.

Biópsia prostática transretal

Uma biópsia transretal normalmente é realizada guiada por USTR, porém também pode ser realizada com a utilização de ressonância magnética nuclear para melhorar a precisão do exame. Indicações:

  • Toque retal prostático alterado;
  • PSA > 4 nanogramas/mL;
  • PSA > 2,5 nanogramas/mL em pacientes jovens (até 55 anos);
  • Densidade de PSA > 0,15 nanogramas/mL/g;
  • Velocidade de PSA > 0,75 nanogramas/mL/ano;
  • Aumento > 0,35 nanogramas/mL em paciente com PSA entre 2,5-4 nanogramas/mL.

Métodos para estadiamento

Exames laboratoriais: hemograma,  função renal, eletrólitos (incluindo cálcio  ), função hepática, transaminases, FA e PSA. 

Exames adicionais conforme o risco:

  • Risco muito baixo/baixo: Ressonância de próstata; demais exames apenas se sintomas;
  • Risco intermediário: Ressonância de próstata, cintilografia óssea, tomografia de abdome;
  • Risco alto/muito alto: Ressonância de próstata, cintilografia óssea, tomografia de tórax e abdome.

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Equipe de Jornalistas da Afya.

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