CBMI 2023: Quando indicar milrinona e vasopressina no choque séptico pediátrico?

No primeiro dia do XXVIII Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva (CBMI) da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), duas palestras se destacaram entre os temas pediátricos: “Milrinona pode ser DVA de primeira escolha?” do Dr. Thiago Silveira Jannuzzi de Oliveira (Belo Horizonte/MG) e “Vasopressina, quando indicar?” do Dr. Cláudio Flauzino de Oliveira (São Paulo/SP). Os palestrantes deixaram mensagens muito importantes com relação às práticas atuais do uso de aminas vasoativas no choque séptico em crianças.

Leia também: CBMI 2023:  Biomarcadores e seus desafios na previsão da sepse em pediatria

Com relação à milrinona, o Dr. Thiago mencionou as recomendações de um artigo recente de revisão publicado no periódico Current Pediatrics Reports.

CBMI 2023: Quando indicar milrinona e vasopressina no choque séptico pediátrico?

  1. Use epinefrina (e não dopamina) e/ou norepinefrina (e não dopamina) — recomendação fraca (RF);
  2. Considerar epinefrina ou norepinefrina como a infusão vasoativa de primeira linha, guiada pela preferência do médico, fisiologia do paciente e fatores locais — declaração prática (DP), isto é, não é uma recomendação;
  3. Considerar iniciar agentes vasoativos através de acesso periférico em concentração diluída, se o acesso venoso central não for facilmente acessível — DP;
  4. Considere adicionar vasopressina ou titular ainda mais catecolaminas em caso de choque refratário — RF;
  5. Considere adicionar inodilatadores se houver evidência de hipoperfusão persistente e disfunção cardíaca apesar de outros agentes vasoativos — DP.

Já no que tange ao uso de vasopressina, o Dr. Cláudio citou recomendações da Surviving Sepsis Campaign (SSC) e também do Instituto Latino-americano de Sepse (ILAS).

Saiba mais: CBMI 2023: Usar solução balanceada ou não balanceada na sepse em pediatria?

Vasopressina

Surviving Sepsis Campaign

  • Sugere-se a adição de vasopressina ou titulação adicional de catecolaminas em crianças com choque séptico que necessitam de altas doses de catecolaminas (RF, baixa qualidade de evidência).
  • Nenhum consenso foi alcançado sobre o limiar ideal para iniciar a vasopressina. Portanto, essa decisão deve ser tomada de acordo com a preferência individual do médico.

ILAS

  • Pacientes com choque hiperdinâmico com pressão arterial baixa, saturação venosa central > 70% em uso de noradrenalina?
    • Se euvolêmico, considerar vasopressina, terlipressina ou angiotensina.
    • A dose recomendada de vasopressina para o tratamento do choque é de 0,0003 – 0,002 U/kg/min (0,018 – 0,12 U/kg/h) e dose máxima de 0,008 U/kg/min.
    • Se índice cardíaco (IC) < 3,3 L/min/m2, associar adrenalina, dobutamina ou levosimendan.

Selecione o motivo:

Errado

Incompleto

Desatualizado

Confuso

Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Autor

Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Valença ⦁ Residência médica em Pediatria pelo Hospital Federal Cardoso Fontes ⦁ Residência médica em Medicina Intensiva Pediátrica pelo Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro. Mestra em Saúde Materno-Infantil (UFF) ⦁ Doutora em Medicina (UERJ) ⦁ Aperfeiçoamento em neurointensivismo (IDOR) ⦁ Médica da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) da UERJ ⦁ Professora adjunta de pediatria do curso de Medicina da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques ⦁ Membro da Rede Brasileira de Pesquisa em Pediatria do IDOR no Rio de Janeiro ⦁ Acompanhou as UTI Pediátrica e Cardíaca do Hospital for Sick Children (Sick Kids) em Toronto, Canadá, supervisionada pelo Dr. Peter Cox ⦁ Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) ⦁ Membro do comitê de sedação, analgesia e delirium da AMIB e da Sociedade Latino-Americana de Cuidados Intensivos Pediátricos (SLACIP) ⦁ Membro da diretoria da American Delirium Society (ADS) ⦁ Coordenadora e cofundadora do Latin American Delirium Special Interest Group (LADIG) ⦁ Membro de apoio da Society for Pediatric Sedation (SPS) ⦁ Consultora de sono infantil e de amamentação ⦁ Instagram: @draroberta_pediatra

Referências bibliográficas:
Ícone de seta para baixo

  • De Oliveira TSJ. Milrinone pode ser DVA de primeira escolha? In: Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva (CBMI), XXVIII, 2023, Florianópolis/SC
  • De Oliveira CF. Vasopressina, quando indicar? In: Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva (CBMI), XXVIII, 2023, Florianópolis/SC
  • Miranda M; Nadel S. Pediatric Sepsis: a Summary of Current Definitions and Management Recommendations. Curr Pediatr Rep. 2023;11(2):29-39. DOI: 10.1007/s40124-023-00286-3
  • Weiss S, et al. Surviving Sepsis Campaign International Guidelines for the Management of Septic Shock and Sepsis-Associated Organ Dysfunction in Children. Pediatr Crit Care Med. 2020;21(2):e52-e106. DOI: 10.1097/PCC.0000000000002198
  • Instituto Latino-americano de Sepse. Campanha de Sobrevivência A Sepse – Protocolo Clínico Pediátrico. 2022. Disponível em: https://ilas.org.br/wp-content/uploads/2022/02/protocolo-de-tratamento-pediatria.pdf  (Acesso em: 26 de novembro de 2023).


LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

- Advertisement -spot_img

ÚLTIMAS NOTÍCIAS