A Candida albicans é responsável por 80-92% dos episódios de candidíase vulvovaginal, podendo o restante ser devido às espécies não albicans (glabrata, tropicalis, krusei, parapsilosis) e Saccharomyces cerevisae.
Leia mais: Violência sexual contra crianças e adolescentes: grave problema de saúde pública
Neste episódio, a ginecologista e editora-médica do Whitebook, Caroline Oliveira, fala sobre como se manifestam a candidíase não complicada e a candidíase complicada. Enquanto a primeira é uma infecção fúngica comum, geralmente tratada com antifúngicos tópicos, a segunda envolve casos mais graves ou recorrentes, exigindo tratamentos mais intensivos, como antifúngicos orais ou terapias prolongadas.
O gênero Candida compreende cerca de 200 espécies de leveduras saprófitas, que colonizam os mais diferentes tecidos e secreções do corpo humano, incluindo o trato genital feminino. Situações com elevação de temperatura, alterações de barreira anatômica vulvovaginal e desequilíbrios de imunidade celular podem fazer as leveduras passarem de saprófitas para patogênicas.
A Candida é encontrada no trato vaginal de 10-20% das mulheres em idade reprodutiva como parte da microbiota normal, e não significa, necessariamente, doença. O transtorno é incomum em meninas pré-púberes e em mulheres na pós-menopausa.
Não é considerada uma infecção sexualmente transmissível.
O pH vaginal é tipicamente normal (4-4,5). Visualização de hifas de Candida em lâmina úmida à microscopia (a adição de Hidróxido de potássio 10% facilita o reconhecimento de leveduras, pseudo-hifas e hifas de brotamento). No entanto, a microscopia é negativa em até 50% das pacientes com cultura confirmada.
Microscopia: A microscopia também é importante para a busca de aumento de lactobacilos/lise celular ou protozoários móveis (que indicam vaginose citolítica e tricomoníase , respectivamente, como diagnósticos diferenciais).
Cultura:
- Não realizar em todas as pacientes, porque a cultura não é necessária para o diagnóstico se a microscopia mostra levedura, uma vez que tem alto custo e pode atrasar o diagnóstico, e ainda pode ser positiva em virtude da colonização, e não de infecção;
- Deve ser realizada quando há um quadro clínico sugestivo (pH vaginal normal e sem visualização de patógenos na microscopia) e quando há sintomas persistentes ou recorrentes (muitas delas têm infecção não albicans resistente a azóis);
- Meios de cultura indicados: ágar Sabouraud, meio de Nickerson ou meio Microstix-candida.
O autodiagnóstico de candidíase vulvovaginal é frequentemente impreciso e deve ser desencorajado.
Veja ainda: Sangramento uterino anormal: pontos de atenção
Saiba mais conferindo o episódio completo do podcast do Whitebook. Ouça abaixo!
Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros
Sucesso!
Sua avaliação foi registrada com sucesso.
Avaliar artigo
Dê sua nota para esse conteúdo.
Você avaliou esse artigo
Sua avaliação foi registrada com sucesso.
Autor
As informações utilizadas nesta publicação foram obtidas no Whitebook Clinical Decision.