Abdome agudo: panorama clínico [podcast]

O abdome agudo refere-se a uma condição médica caracterizada por dor abdominal intensa. Pode ser causado por diversas condições, como apendicite, obstrução intestinal ou perfuração de órgãos abdominais.

Neste episódio, Felipe Victer, cirurgião e editor-médico do Whitebook, fala sobre como o diagnóstico e o tratamento rápidos são essenciais para evitar graves complicações.

Veja também: Pé torto congênito: conheça a abordagem do Whitebook!

abdome agudo

Laboratório:

  • Hemograma ; eletrólitos, ureia e creatinina;
  • Pesquisa de cetoacidose: glicemia, ânion gap e cetonemia;
  • Amilase / lipase ;
  • Suspeita de doença hepatobiliar: bilirrubina; fosfatase alcalina; transaminases;
  • EAS (urina tipo 1) ;
  • Beta-HCG : mulheres em idade fértil;
  • D-dímero, lactato e fosfato: suspeita de isquemia mesentérica  ou sepse.

Radiografia simples (rotina radiológica de abdome agudo):

  • Inclui as três incidências: abdome AP em ortostase e decúbito, tórax PA;
  • Radiografia em decúbito lateral esquerdo com raios horizontais pode ser obtida em pacientes que não conseguem se manter em pé;
  • Radiografias simples para avaliar a dor abdominal é em geral de baixo rendimento prático; uma pequena porcentagem é anormal;
  • Pode ser útil na obstrução intestinal, perfuração intestinal ou quando um corpo estranho radiopaco é suspeito;
  • Diagnóstico de perfuração intestinal pode ser confirmada pela presença de ar livre intraperitonial na radiografia de tórax (preferencialmente em posição ortostática);
  • Na perfuração gastroduodenal, ar livre está presente em apenas dois terços dos casos;
  • Perfuração do delgado distal ou intestino grosso, ar livre está presente em um terço dos casos;
  • Sensibilidade diminui em pacientes com a cirurgia abdominal anterior ou perfuração bloqueada;
  • Pneumoperitônio: 5 mL de ar livre é detectado em radiografia abdominal simples, enquanto uma radiografia de tórax na posição vertical detecta tão pouco como 1-2 mL após o paciente permanecer na posição vertical por 5-10 minutos;
  • Se o intestino delgado se encontra dilatado mais do que 2,5 cm, sugere-se obstrução, além de distensão gasosa e níveis hidroaéreos;
  • Pacientes com isquemia mesentérica apresentam geralmente exame normal no quadro inicial, mas tardiamente podem revelar pneumatose intestinal, espessamento da parede intestinal e íleo ao exame de imagem.

Ultrassonografia (USG):

  • Exame de escolha na gravidez, pela ausência de radiação;
  • É o estudo inicial na suspeita de aneurisma aorta abdominal (AAA) ou doença na vesícula biliar;
  • Avalia quadros de gravidez ectópica, hemoperitônio, cólica renal/hidronefrose, pancreatite e trombose venosa.

Tomografia computadorizada (TC):

  • Estudo de escolha na avaliação de dor abdominal indiferenciada;
  • Dois terços dos pacientes que apresentam dor abdominal aguda têm seu diagnóstico definido na tomografia;
  • Particularmente útil em idosos;
  • Em pacientes com aneurisma de aorta abdominal estáveis, a TC é um excelente estudo para definir o tamanho da aorta e a extensão do aneurisma;
  • Útil na hemorragia retroperitoneal;
  • Não é prejudicada pela presença de gás intestinal ou obesidade e tem sensibilidade de cerca de 100% no diagnóstico de aneurisma de aorta abdominal.

Angiografia:

  • Pode ser útil no diagnóstico e no tratamento da isquemia mesentérica, mas, se o paciente estiver em estado de choque ou necessitando de vasopressores, o diagnóstico deve ser feito durante a laparotomia;
  • Angiografia não tem qualquer papel na avaliação do aneurisma de aorta abdominal roto.

Pearls & Pitfalls: Diagnóstico Rápido

As 15 etiologias de abdome agudo:

  • Pancreatite aguda: Dor contínua em abdome superior com irradiação para o dorso (dor tipo faixa) + vômitos importantes ;
  • Colecistite aguda: Dor contínua em hipocôndrio direito > 6 horas com irradiação escapular após alimentação gordurosa ;
  • Colangite aguda: Dor contínua em hipocôndrio direito + febre com calafrios + icterícia (tríade de Charcot) ;
  • Apendicite aguda: Dor inicialmente periumbilical que migra para dor intensa localizada na fossa ilíaca direita + massa palpável na FID ;
  • Diverticulite aguda: Dor inicialmente periumbilical que migra para dor intensa localizada na fossa ilíaca esquerda + massa palpável na FIE ;
  • Peritonite difusa: Dor súbita, difusa e de grande intensidade que piora com movimentação + sinais de defesa abdominal + descompressão súbita dolorosa ;
  • Úlcera duodenal: Dor subesternal em queimação que alivia com alimentação e uso de antiácidos ;
  • Aneurisma roto de aorta abdominal: Dor mesogástrica súbita + massa pulsátil + hipotensão ;
  • Isquemia mesentérica aguda: Dor difusa desproporcional ao exame + acidose metabólica + fibrilação atrial ;
  • Obstrução intestinal mecânica: Dor difusa em cólica + distensão abdominal + hiperperistaltismo (de luta) seguido de aperistalse ;
  • Obstrução intestinal funcional: Dor difusa em cólica + distensão abdominal + hipoperistaltismo ;
  • Dor de parede abdominal: Dor que piora com a contração do abdome ;
  • Nefrolitíase/pielonefrite: Dor lombar + disúria + punho-percussão positiva (+ febre com calafrios na pielonefrite) ;
  • Cetoacidose diabética: Dor abdominal + desidratação + hiperglicemia + acidose ;
  • Gastroenterite: Dor em cólica + náuseas e vômitos + diarreia aquosa.

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Saiba mais sobre punção de artéria radial conferindo o episódio completo do podcast do Whitebook. Ouça abaixo!

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As informações utilizadas nesta publicação foram obtidas no Whitebook Clinical Decision.

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