Responsabilidade por apagão em SP vira “jogo de empurra”

Cerca de 760 mil casas da Grande São Paulo seguem sem luz depois das fortes chuvas que afetaram a região na 6ª feira (11.out)

apagão jogo de empurra

Guilherme Boulos (esq.) responsabiliza o prefeito Ricardo Nunes (dir.), que por sua vez atribui parte da culpa ao governo do presidente Lula, apoiador de Boulos na corrida pela prefeitura de São Paulo

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Poder360/ Agência Brasil




Bárbara Pinheiro

A crise com os episódios de falta de energia elétrica em São Paulo vira “jogo de empurra-empurra” nas redes sociais. Cerca de 760 mil residências da Grande São Paulo seguem sem luz na tarde deste domingo (13.out.2024) depois das fortes chuvas que afetaram a região na 6ª feira (11.out).

Não é a 1ª vez que a Grande São Paulo sofre com apagões. Em novembro de 2023, 2,1 milhões de clientes da Enel ficaram sem energia elétrica na região metropolitana. Houve casos em que residências e estabelecimentos comerciais ficaram sem luz por dias.

Boulos: responsabilidade é de Nunes

O deputado Guilherme Boulos (Psol), candidato à Prefeitura de São Paulo, culpa o prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, pela falta de energia. No sábado (12.out), ele disse que visitou comunidades atingidas pelo apagão por causa de árvores que caíram pela “incompetência” e “ausência” da prefeitura de Nunes.

O psolista afirmou que Nunes foge das responsabilidades. Para Boulos, o prefeito ficou 3 anos “sem fazer nada” e esse é o resultado da falta de planejamento. Ele já fez, até as 16h30 deste domingo (13.out), ao menos 28 publicações em seu perfil no Instagram a respeito da falta de energia e queda de árvores desde 6ª feira (11.out).

Nunes: culpa é da Enel e do governo federal

O prefeito da capital paulista afirmou que a culpa é da companhia italiana, que presta um “desserviço” à cidade. Ele publicou diversos posts com o colete da Defesa Civil do Estado e afirmou que todas as equipes da prefeitura trabalham para resolver a falta de energia, mas muitos dos serviços também dependem da Enel.

“Minha luta contra a ineficiência da Enel é antiga, mas a fiscalização e concessão são responsabilidade do governo federal, não da prefeitura”, declarou Nunes. O prefeito já disse ter entrado na Justiça contra a companhia, mas que o processo não avança por interesse do governo federal em renovar a concessão.

Governistas empurram para Bolsonaro

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse em seu perfil no X (ex-Twitter) que a atual composição da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) –responsável por regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica– foi nomeada no governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Em outro contexto, ele já criticou a Aneel e disse que as agências reguladoras “aprenderam muito rápido a parte ruim do governo anterior”.

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), também associou a execução do trabalho da Aneel ao governo Bolsonaro. “A diretoria da Aneel, agência ‘autônoma’ que manteve a desastrosa concessão da Enel, apesar do apagão de 2023, foi nomeada por Jair Bolsonaro, chefe de Tarcísio [de Freitas] e de Ricardo Nunes”, declarou. Ela afirmou que São Paulo está “colhendo os frutos que esse pessoal plantou”.


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