Sindicato faz críticas à falta de diálogo com a presidência do instituto; um ato será realizado às 9h na avenida República do Chile
O sindicato dos funcionários do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) anunciou nesta 6ª feira (11.out.2024) a paralisação das atividades dos trabalhadores do Rio de Janeiro. A medida se dá por causa de impasses com o presidente Marcio Pochmann.
A greve será na 3ª feira (15.out) e deve durar 24 horas. Um ato na mesma data, às 9h, será realizado em frente ao Ed. Metropolitan, na avenida República do Chile, no Rio.
O IBGE enfrenta críticas de funcionários por falta de diálogo e questionamentos sobre decisões administrativas. A principal reivindicação dos funcionários do IBGE é sobre o regime de trabalho. No fim de agosto, o instituto publicou uma portaria que define o fim do teletrabalho integral e o retorno ao trabalho presencial pelo menos 2 dias por semana a partir de 15 de outubro.
A criação do IBGE+, fundação de apoio de direito privado, e a possível realocação de funcionários para um prédio do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) também estão entre as críticas.
Funcionários do instituto realizaram um protesto em 26 de setembro em frente à sede do órgão, no Rio.
Em nota, a gestão de Marcio Pochmann afirmou que as acusações de autoritarismo por parte de funcionários são “infundadas”. Eis a íntegra da nota (PDF – 98 kB).
Pochmann & IBGE
Indicado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o economista Marcio Pochmann foi nomeado como presidente do IBGE em 18 de agosto de 2023.
Sob sua gestão, o IBGE lançou um mapa-múndi em que o Brasil aparece no centro do mundo como parte do 9º Atlas Geográfico Escolar. A versão, no entanto, apresentava uma série de erros.
Uma sequência trocava os mapas dos períodos Jurássico (o qual diz ter sido há 135 milhões de anos) e Cretáceo (65 milhões de anos) –diferença de 70 milhões de anos. A sequência também trazia informações incorretas sobre a idade, duração dos períodos geológicos e separação dos continentes no planeta. À época, o IBGE reconheceu as falhas e publicou uma errata.
Pochmann já presidiu a Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, e o Instituto Lula. Também foi presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Sua gestão foi criticada internamente por ter supostamente aparelhado o órgão e feito uma administração mais ideológica.
Com visão econômica mais heterodoxa, o chefe do IBGE já fez críticas ao Pix, às reformas trabalhista e previdenciária e defendeu a redução da jornada de trabalho.
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