Integrantes do grupo, incluindo o Reino Unido, acordam em abordar legado “odioso” do comércio transatlântico de escravizados depois de cúpula
Os 56 integrantes da Commonwealth, grupo de cooperação formado pelo Reino Unido e suas ex-colônias, concordaram neste sábado (26.out) que “chegou o momento” em abordar o legado “odioso” do comércio transatlântico de escravizados, o que pode ser um compromisso significativo para reparar os danos causados pela escravidão.
A decisão foi tomada depois uma cúpula em Samoa, segundo a Agence France-Presse, e reflete um avanço importante na forma como as nações enfrentam seu passado colonial e consideram reparações.
O comunicado oficial, ao qual a agência teve acesso, cita a importância de diálogos construtivos sobre o tema, sinalizando uma mudança na abordagem das questões relacionadas ao legado da escravidão.
A cúpula em Samoa resultou em um consenso sobre a necessidade de enfrentar injustiças históricas. Os países expressaram um compromisso com o início de conversas “respeitosas e úteis”.
Nos últimos anos, a discussão sobre reparações ganhou força com mais entidades reconhecendo as consequências duradouras do colonialismo e do comércio de escravizados. A abertura da Commonwealth para essas discussões pode inspirar outras organizações e países a seguir um caminho semelhante.
Segundo o grupo, as conversas futuras sobre reparações devem ser inclusivas, considerando as vozes daqueles diretamente impactados pelo comércio de escravizados. O compromisso da Commonwealth em iniciar esse diálogo pode ser um passo promissor em direção à busca por justiça para as comunidades afetadas.
Na 6ª feira (25.out.2024), o rei Charles 3º do Reino Unido disse que a Commonwealth tem uma história “dolorosa” que deveria ser reconhecida. A declaração foi durante viagem do monarca para a cúpula do grupo, em Samoa.