Valor é 57% maior do que o registrado em 2020; políticos que mais investiram não foram eleitos
Um estudo da Nexus Pesquisa e Inteligência de Dados, divulgado na terça-feira (15 de outubro de 2024), mostra um aumento de 57% nos gastos com impulsionamento de conteúdo em redes sociais nas eleições municipais de 2024. Os candidatos desembolsaram R$ 170 milhões no 1º turno deste ano, contra R$ 108,5 milhões no mesmo período de 2020. A análise, baseada em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), indica que 27% dos candidatos a prefeito e 4% dos candidatos a vereador optaram pela estratégia de campanha.
Os 20 políticos que mais gastaram com a ferramenta somaram R$ 34,7 milhões, o equivalente a 20,4% do total. Guilherme Boulos (Psol), candidato à prefeitura de São Paulo, foi o que mais investiu, com R$ 6,07 milhões. Ele é seguido por José Sarto (PDT), com R$ 4,93 milhões, e Ricardo Nunes (MDB), seu oponente, que gastou R$ 4,48 milhões. O ex-coach Pablo Marçal (PRTB) ficou em 5º lugar, com R$ 2,30 milhões.
Do legislativo, apenas dois candidatos estão no ranking de maiores gastadores: Lucas Pavanato (PL) e Rubinho Nunes (União Brasil), que conquistaram vagas na Câmara Municipal de São Paulo. Pavanato, apoiador de Jair Bolsonaro, foi o vereador mais votado da cidade.
Entre os partidos, o PL liderou os gastos, somando R$ 23,9 milhões (14,1% do total). PT, União Brasil, MDB e PSD também estiveram entre os maiores investidores, totalizando 52,7% do total aplicado em impulsionamentos.
O custo médio por voto para prefeito subiu para R$ 1,38, um aumento de 53% em relação a 2020. Para vereador, o custo foi de R$ 2,66 por voto, 7% a mais que no pleito anterior.
De acordo com o levantamento, nenhum dos 409 candidatos que mais gastaram com impulsionamentos foram eleitos. “Isso mostra que não há uma correlação direta entre impulsionamento e sucesso eleitoral. Muitas vezes eles até caminham juntos, mas não é uma regra”, afirmou Marcelo Tokarski, CEO da Nexus.
O impulsionamento é autorizado apenas para candidatos, partidos, coligações ou federações, sendo vedado a pessoas comuns.