Candidato à Prefeitura de São Paulo descarta mudança de partido por “conveniência” e destaca apoio “integral” de Lula na campanha
O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos disse que não se arrepende de ter permanecido no Psol (Partido Socialismo e Liberdade) para disputar as eleições municipais. Em 2023, especulava-se que o líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) poderia migrar para o PT (Partido dos Trabalhadores), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para assegurar o apoio da legenda.
Em entrevista à GloboNews nesta 3ª feira (22.out.2024), Boulos reafirmou que contou com o “apoio integral” do PT e de Lula, mas que nunca mudaria de partido por “conveniência”.
“A política não é uma questão mecânica. Sou muito grato pelo apoio do presidente Lula durante toda a campanha. Foi a única no Brasil em que Lula gravou vídeos, participou de comícios e caminhadas”, disse. “Tive o apoio completo do PT, com recursos do Fundo Eleitoral, o engajamento de parlamentares e a integração total do partido na coordenação da minha campanha.”
Boulos afirmou que enfrenta uma “máquina” política na disputa em São Paulo. “Mesmo com a maioria dos eleitores de Lula votando em mim, meu adversário não é Ricardo Nunes [MDB, o atual prefeito]. Ele é apenas um fantoche de interesses pré-estabelecidos”, afirmou.
BOULOS E PT
O PT oficializou em agosto de 2023 que apoiaria Boulos na disputa para a Prefeitura de São Paulo. O partido do presidente Lula não indicou uma candidatura própria à capital paulista. Tem a vice Marta Suplicy (PT) na chapa.
Se Boulos sair vitorioso no 2º turno, consolida-se como um dos principais herdeiros de Lula e possível candidato a cargos mais elevados no futuro, representando a esquerda. Ninguém no PT nem de outros partidos desse espectro político têm a retórica inflamada de Boulos num palanque.
Uma vitória da esquerda em São Paulo também poderá ajudar a minimizar o número modesto de prefeitos que PT e outros partidos aliados de Lula devem ter nas eleições municipais de 2024.