A partir desta sexta-feira, a importação de veículos elétricos da China para a União Europeia (UE) vai ficar mais cara. A Comissão Europeia vai impor direitos de compensação provisórios sobre as importações de elétricos chineses, para responder ao que considera “subsidiação injusta” por parte de Pequim para a produção destes automóveis.
Em comunicado, o executivo comunitário anunciou que a “Comissão impôs direitos de compensação provisórios sobre as importações” destes automóveis, nove meses depois do início de uma investigação à subsidiação estatal de veículos elétricos por parte da China.
Os direitos compensatórios são um tipo de tributação cobrada sobre bens importados para compensar os subsídios concedidos aos produtores desses bens no país exportador, e serão aplicados a partir de sexta-feira, dia 5 de julho.
As medidas são provisórias e devem estender-se até dia 4 de novembro, altura em que se torna efetivas ou são revistas. Até lá, a Comissão Europeia vai continuar a dialogar com as autoridades chinesas.
“Com base na investigação, a Comissão concluiu que a cadeia de valor dos veículos de baterias elétrica na China beneficia de subsídios injustos, algo que ameaça os produtores de veículos elétricos na União Europeia”, sustentou a Comissão.
Fonte europeia disse à Lusa que a investigação de quase 300 páginas encontrou subsídios governamentais ao longo de toda a cadeia de produção destes automóveis.
Estão aplicados direitos compensatórios a três produtores chineses: BYD Auto (17,4%), Geely (19,9%) e SAIC (37,6%).
Resposta da ACAP à nova taxa às importações
A ACAP – Associação Automóvel de Portugal alertou para a possibilidade de se criar uma guerra comercial, após Bruxelas ter aplicado taxas às importações de carros elétricos chineses, com os concessionários portugueses a saírem afetados.
Bruxelas “entendeu tomar estas medidas de proteção da indústria europeia, mas a reação não tem sido muito favorável […]. Poderemos criar uma guerra comercial, que terá retaliação do outro lado, mesmo com a Organização Mundial do Comércio a intermediar, e isso não é benéfico para a liberdade de circulação e de comércio mundial”, afirmou o secretário-geral da ACAP, Hélder Pedro, em declarações à Lusa.
Por outro lado, poderá haver uma “retração dos clientes dessas marcas”.
No mercado português, “haverá, certamente, também um impacto” e os concessionários “serão afetados e terão de explicar aos seus clientes todas essas mudanças”.
Veja a reportagem do Jornal Nacional, da TVI, sobre esta nova taxa.