Os portugueses são dos cidadãos da União Europeia (UE) mais informados sobre as consequências das alterações climáticas. A conclusão é apresentada pelo Banco Europeu de Investimentos (BEI) e surge depois de um inquérito sobre o clima.
Ao todo, foram inqueridas mais de 30 mil pessoas na UE em mais de oito países para se perceber quais são os conhecimentos sobre as alterações climáticas nas vertentes Definições e Causas, Consequências e Soluções.
Tendo em conta apenas os países da UE, Portugal surge na quarta posição em termos de conhecimento. Mas os autores do inquérito salientam que embora os portugueses compreendam as causas e as consequências das alterações climáticas, conhecem menos as soluções. A mesma tendência aplica-se ao resto da Europa.
Como exemplo, diz-se no documento hoje divulgado pelo BEI, a maior parte dos inquiridos portugueses desconhecia que a redução dos limites de velocidade ou um melhor isolamento das casas ajudavam a combater as alterações climáticas.
Nas Definições e Causas das alterações climáticas o conhecimento dos portugueses é superior à média da UE (7,62 contra 7,21, numa escala de zero a 10), com apenas 03% dos inquiridos a dizer que as alterações climáticas são um embuste (a taxa mais baixa de negacionistas da UE).
Com mais de três quartos (79%) a apontar as atividades humanas como das principais causas das alterações climáticas, só 12% disse acreditar que estas se devem a fenómenos como vulcões, e 09% apontou como causa o buraco da camada do ozono.
Nas Consequências a pontuação de Portugal é muito acima da média europeia (8,67 contra 7,65), com 93% dos inquiridos a saber por exemplo que as alterações climáticas têm um impacto negativo na saúde humana, e 91% a referir que afetam o rendimento das culturas. A maioria, 85%, também apontou como outra consequência a subida do nível do mar.
Nas soluções (pontuação de 4,40 face a 4,25 de média da UE) o inquérito indica que 82% dos portugueses sabe que a reciclagem ajuda a atenuar as alterações climáticas, e 77% mencionou a importância dos transportes públicos.
A maioria dos inquiridos desconhece a existência de emissões significativas de dióxido de carbono relacionadas com a utilização das tecnologias digitais, sendo que apenas 03% sabe que ver menos vídeos em linha pode contribuir para fazer face à emergência das alterações climáticas.
Citada no documento de divulgação do inquérito, a presidente do BEI, Nadia Calviño, afirmou: “O Banco Europeu de Investimento é o Banco do Clima e a ação climática é o desafio decisivo da nossa geração. Estamos empenhados em financiar projetos eficazes que combatam as alterações climáticas e em melhorar a sensibilização para esta questão premente. É deveras encorajante observar que os portugueses estão entre os mais bem informados sobre o tema na Europa”.
O BEI, diz o comunicado, desempenha um papel fundamental no financiamento de soluções para as alterações climáticas e na sensibilização para o problema.
No ano passado, o BEI financiou em Portugal projetos no valor total de 746 milhões de euros, destinados a combater as alterações climáticas e a apoiar a sustentabilidade ambiental.
O Banco Europeu de Investimento apoia igualmente programas educativos e académicos no domínio do clima.
A instituição de financiamento a longo prazo da UE está presente em mais de 160 países.