Um estudo recente do Observador Cetelem, ligado à Renovação Energética da Habitação, revela um cenário preocupante sobre as condições de aquecimento das casas em Portugal. Mais de 20% da população não consegue garantir um aquecimento adequado devido a dificuldades financeiras, e 55% dos inquiridos temem não conseguir manter os seus lares a uma temperatura confortável. A situação é ainda mais grave entre arrendatários, onde 64% afirmam viver em imóveis mal aquecidos.
A escalada do preço da energia é apontada como uma das principais causas deste problema, com 91% dos portugueses a reportar aumentos no último ano e 33% a considerar os custos exagerados. Consequentemente, mais de metade (53%) teme não conseguir pagar as faturas de energia, sendo este receio maior entre arrendatários (60%).
Para enfrentar estas dificuldades, muitos têm adotado medidas de poupança energética, como desligar luzes (68%), fechar persianas (54%), instalar lâmpadas eficientes (53%) ou reduzir a temperatura do aquecimento (20%). Apesar destes esforços, a maioria reconhece que estas ações não são suficientes para equilibrar o orçamento ou garantir conforto térmico.
Outro fator que agrava a situação é o desperdício energético causado por problemas estruturais. Cerca de 67% dos inquiridos identificam mau isolamento como uma fonte de desperdício, e metade dos arrendatários considera que os equipamentos antigos nas suas casas contribuem para o problema. Por outro lado, 72% dos proprietários afirmam ter equipamentos mais recentes, mas 43% dos inquiridos acreditam que ainda existe margem para melhorar a eficiência energética.
O estudo também destaca lacunas no conhecimento dos portugueses sobre eficiência energética. Embora 66% afirmem estar cientes das regulamentações para melhorar o desempenho energético dos edifícios, 47% dos proprietários desconhecem a classificação energética do seu imóvel. Apenas 13% consideram as suas casas ecológicas, com uma perceção limitada sobre o que define um alojamento sustentável.
A transição para soluções mais eficientes e ecológicas é vista como um desafio e uma oportunidade. Enquanto 26% dos portugueses acreditam que a renovação energética das habitações pode ajudar a combater o aquecimento global, 1/3 dos proprietários temem que as futuras normas energéticas possam dificultar a venda ou arrendamento dos seus imóveis.
Este panorama revela a urgência de medidas concretas para melhorar a eficiência energética dos lares em Portugal e aliviar o peso dos custos de aquecimento sobre as famílias.