José Mota, treinador do Farense, em declarações na sala de imprensa do estádio São Luís, após a goleada de 5-0 aplicada ao Desp. Chaves, numa partida da terceira jornada da Liga:
«Sabemos que fizemos um jogo muito positivo, que me agradou. Mas agradou-me pela forma como a equipa se concentrou, pela nossa estratégia, por tudo aquilo que montámos e trabalhámos durante a semana.
Muitas vezes trabalhamos e a causa-efeito não acontece. Neste caso, entrámos muitíssimo bem, pressionantes, ganhámos a maior parte dos duelos e saímos com rapidez pelos corredores, tornando a marcação do [Desportivo de] Chaves incaracterística. Não deixámos o adversário pensar e fomos rápidos nas decisões.
É claro que quando as coisas começam a tomar aquelas proporções – ou seja, um, dois, três, quatro golos –, também se percebe que as coisas têm de correr muitíssimo bem a uma equipa e têm de correr mal também à outra.
Por aí, se calhar não justificávamos ter esses golos nem o Chaves justificava estar a perder por 4-0. Mas isso é mesmo assim. Recentemente, tivemos aqui um jogo que não merecíamos perder por 3-0 [frente ao Casa Pia] e perdemos. O futebol é cada vez mais isto, o trabalhar para, mas é preciso ter eficácia e situações de jogo que nos ajudam a ter este tipo de resultados.
As coisas foram acontecendo e com o 4-0 percebe-se que a força anímica do adversário não é muito forte. Também não conseguimos manter esse ritmo eletrizante.
O que pedi ao intervalo não era fazer mais golos, era não sofrer. Gostava que esta vitória não tivesse golos sofridos, porque é tão importante não sofrer golos. Não sofrer golos dá uma força anímica, para quem trabalha, muito positiva.
O que nós pretendíamos era vencer o Desportivo de Chaves, o que nós pretendíamos era os três pontos. Isso é que é importante. Para a maior parte destes jogadores, é a primeira vitória na I Liga e isto é um fator motivador para eles encararem de uma forma diferente todo o campeonato.»