Pinto da Costa revelou o momento em que decidiu avançar para a renovação com o treinador e assumiu atrasos em pagamentos, embora desconheça qualquer multa da UEFA
Pinto da Costa revelou o momento em que decidiu avançar para a renovação com o treinador e assumiu atrasos em pagamentos, embora desconheça qualquer multa da UEFA
Pinto da Costa revelou que a decisão de renovar contrato com Sérgio Conceição avançou definitivamente após a eliminatória da Liga dos Campeões com o Arsenal.
«Hoje pusemos no papel o que temos combinado há muito tempo. A decisão foi tomada há muito. Foi depois da eliminatória com o Arsenal, porque fizemos dois grandes jogos, fomos injustamente eliminados, que desafiei o Sérgio Conceição a fazer melhor para o ano seguinte e ele aceitou. Conversámos e não houve oportunidade para fazer antes, mas para mim já estava feito. Quando o Sérgio Conceição dá a palavra, venha o que vier, ele não falha. Assinei agora porque estamos a entrar numa fase importante, temos uma Taça de Portugal para ganhar, e entendi que, para a segurança de todos, era importante que os jogadores sentissem que o chefe que todos eles adoram, continuasse ao serviço», começou por dizer o presidente do FC Porto, em entrevista ao Porto Canal.
Pinto da Costa considerou ainda que o novo vínculo de Conceição é até uma «vantagem» para André Villas-Boas e Nuno Lobo, os outros candidatos à presidência dos dragões. «Se os três queremos o mesmo, eles até têm a vantagem de recebê-lo, nem precisam de se sentar à mesa, é só deixá-lo trabalhar.»
O presidente do FC Porto garantiu que o treinador mantém o mesmo salário e recordou que, na temporada passada, Conceição recusou uma proposta milionária.
«Nos quatro anos, não recebe nem mais um euro em relação ao outro contrato. Ele quer acabar um trabalho que considera que ainda não está acabado. Além de o ver como um familiar, reconheço-lhe grande capacidade», frisou.
«No ano passado, num momento muito difícil do FC Porto, ele teve à sua frente um contrato de 45 milhões num hotel em Paris. Vieram-no buscar, foi a Paris, quase foi obrigado a assinar, mas ele telefonou-me, conversámos e disse: “Não, eu fico no FC Porto”. Isso para mim tem um valor inestimável. Eram 45 milhões líquidos, com avião particular, tudo. Eu não deixei de ficar admirado com essa atitude, porque era muito dinheiro. Há pessoas que vivem para o dinheiro, mas outras querem ganhar dinheiro e vivem para as suas paixões», afirmou ainda.
Pinto da Costa destacou ainda a renovação de contrato com Galeno, «um dos grandes valores da equipa», além de sublinhar que não quis «deixar fugir um talento» como Francisco Conceição.
Pinto da Costa assume atrasos em pagamentos, mas desconhece multa da UEFA
Já sobre as contas do clube, Pinto da Costa reconheceu que não estão saudáveis, mas prometeu «um projeto para sanar o clube em três anos».
O presidente portista voltou a negar que o FC Porto esteja em risco de incumprimento do fair-play financeiro da UEFA, mas admitiu que a SAD atrasou alguns compromissos devido a ações judiciais de agente, que reclamaram dívidas.
«Temos cumprido as nossas obrigações, o FC Porto saiu do Fair-play financeiro. Alguns empresários meteram-nos ações em cima do período eleitoral, tivemos de desviar dinheiro que era para outros pagamentos para eles e tivemos um atraso de 10 dias nos pagamentos. Comunicámos à UEFA esse atraso. Em 31 de março, recebemos uma carta a dizer que tudo estava em ordem e a dar a licença para as próximas competições internacionais. Não há perigo de fair-play financeiro», vincou.
«Coima? É verdade que a UEFA, quando há atrasos, pode aplicar uma coima aos clubes, mas até o momento, não recebemos nenhuma indicação disso. Não sei… a outra lista tem um indivíduo que esteve na ECA… Não estou a dizer que não vai haver, espero que não. Assumimos um atraso perante a UEFA. A coima é uma possibilidade, mas até agora, nada recebemos. Em 31 de março, estava tudo “direitinho”, e recebemos a licença para as provas europeias. Isso é o mais importante», disse.
Pinto da Costa também garantiu que o negócio para a exploração do Estádio do Dragão «é muito vantajoso».
«Este contrato estava a ser negociado há dois anos e vai melhorar muito o estádio, tornando-o mais funcional e mais bonito. Vão dar-nos 65 milhões de euros. Se tivéssemos falta de ética, teríamos pedido os 65 milhões em abril. Os 65 milhões serão pagos em dinheiro até junho. Quem for eleito sabe que em junho terá esses 65 milhões. Aqueles que criticam têm a opção, até 1 de julho, de devolver o dinheiro e anular tudo. Quero ver, seja quem for, se vão anular um contrato que é excelente. Tivemos o cuidado de receber o dinheiro apenas após este mandato… Onde está a falta de ética?», questionou.
«O FC Porto fez uma nova sociedade na qual tem 70%. Estudos realizados por empresas internacionais dizem que esses 70% valem mais do que os 100% que temos atualmente. E, ao fim dos 25 anos, essa sociedade será toda nossa. Vão embora sem direito a nada. Eles ganharam o deles, nós o nosso, e a sociedade será nossa. Não percebo como podem ver nisto um mau negócio», concluiu.
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