Instituições académicas e organizações ecologistas internacionais sugerem num artigo hoje publicado que é possível proteger a biodiversidade remanescente da Terra conservando apenas uma pequena percentagem da superfície do planeta, na ordem dos cerca de 1,2%.
No artigo, publicado na revista de acesso aberto Frontiers in Science, os autores identificam os principais refúgios de biodiversidade que albergam vida selvagem rara e traçam um “plano acessível e viável para proteger espécies ameaçadas”, refere em comunicado a universidade britânica de East Anglia, que participou no trabalho.
De acordo com a nota, “o ambicioso plano para proteger 30% da superfície da Terra até 2030 poderia preservar as últimas áreas selvagens do mundo e manter a biodiversidade crítica florescente”.
O trabalho, que combina dados de satélite com levantamentos sobre biodiversidade, áreas protegidas e cobertura de solo, estima que será necessário apenas cerca de 1,2% da superfície da Terra para evitar a sexta grande extinção de vida na Terra – a quinta extinção em massa ocorreu há quase 66 milhões de anos com o desaparecimento dos dinossauros.
Segundo a análise feita, a preservação de quase 17.000 santuários de biodiversidade nos trópicos, que acolhem mais de 4.700 espécies de fauna e flora ameaçadas, custaria até 2030 cerca de 34 milhões de dólares (31 milhões de euros) anuais, o equivalente a menos de 0,2% do PIB dos Estados Unidos e a menos de 9% dos subsídios anuais que beneficiam a indústria mundial dos combustíveis fósseis.
Os autores do artigo lembram que preservar a vida selvagem “é fundamental para travar e reverter a crise climática” e os seus efeitos.