Um novo relatório revela que a poluição por dióxido de carbono (CO2) provocada pelo homem está a duplicar a probabilidade de se registarem temperaturas mais elevadas em todo o planeta.
Durante o último verão quase toda a população mundial sofreu os efeitos das alterações climáticas, em concreto 98% das pessoas foram impactadas por temperaturas mais elevadas entre junho e agosto, em resultado das emissões de gases com efeito de estufa.
Um novo relatório da Climate Central, publicado no passado dia 14 de setembro, mostra que as temperaturas mais elevadas foram pelo menos duas vezes mais prováveis devido à poluição por CO2 provocada pelo homem.
No hemisfério norte, o verão de 2023 foi o mais quente desde o início dos registos.
Ondas de calor prolongadas na América do Norte e no sul da Europa causaram incêndios florestais como nunca se experienciou e verificaram-se picos nas taxas de mortalidade. Julho foi o mês mais quente alguma vez registado, enquanto as temperaturas médias de agosto também foram 1,5 graus Celsius superiores aos níveis pré-industriais.
Estes dados foram reveladores pela Climate Central, um grupo de investigação sediado nos EUA, citado pela Reuters, que analisou as temperaturas em 180 países e 22 territórios. O estudo refere claramente que as ondas de calor “não teriam ocorrido sem as mudanças climáticas’.
A Climate Central avalia se os eventos de calor são mais prováveis como resultado das alterações climáticas, comparando as temperaturas observadas com as geradas por modelos que eliminam a influência das emissões de gases com efeito de estufa.
O relatório indica que cerca de 6,2 mil milhões de pessoas experimentaram pelo menos um dia de temperaturas médias que eram pelo menos cinco vezes mais prováveis como resultado das alterações climáticas, o valor máximo no Índice de Mudanças Climáticas da Climate Central.
