Steven van de Velde, agora com 29 anos, foi acusado do crime de violação e condenado a quatro anos de prisão em 2016, depois de se declarar culpado de violar uma rapariga inglesa de 12 anos.
Apesar de tudo ter acontecido há oito anos, o público não se esqueceu. O voleibolista de praia dos Países Baixos, que marcou presença nos Jogos de Paris ao lado do seu colega Matthew Immers, sentiu na pele o desagrado das pessoas presentes nas partidas que disputou, com vaias e insultos dirigidos desde as bancadas.
Agora, terminadas as Olímpiadas, Steven van de Velde abordou pela primeira vez o sucedido em 2016, assumindo-se uma vez mais culpado pelo que fez, mas reforçando que a sua vida teve necessariamente de prosseguir depois do que aconteceu.
Em Paris, a dupla neerlandesa passou a fase de grupos, antes de perder com o Brasil, já nos quartos-de-final. Questionado sobre se a sua situação poderá ter influenciado a prestação da equipa, já que não raras vezes foi vaiado em pleno jogo, Van de Velde não descartou essa hipótese.
“Certamente há uma possibilidade grande de que isso tenha influenciado o nosso jogo”, reconheceu o desportista dos Países Baixos. “Se pensar em quanto estava focado em questões periféricas – por exemplo, como quero estar em campo em vez de estar preocupado com táticas do adversário –, posso dizer que é provável que isso tenha tido alguma influência, mas não faz sentido passar a bola para frente.”
Por fim, Steven van de Velde, que agora é casado e pai de um filho pequeno, agradeceu o apoio do povo neerlandês, e da família, durante a competição. Apoio esse que, muitas vezes, procurava contrariar os insultos de que foi alvo em Paris: “Não posso mudar o que as pessoas pensam de mim. Muitas delas vão responsabilizar-me para sempre pelo que aconteceu e tudo bem. É um direito delas, resta-me aceitar”.
O voleibolista cumpriu 13 meses de prisão após ser condenado por violação, em 2016, em Inglaterra. Tudo aconteceu quando apanhou um voo para a Inglaterra para conhecer a rapariga em 2014, tendo sempre conhecimento de que se tratava de uma menor, depois de ter conhecido a adolescente no Facebook.
Van de Velde cumpriu 12 meses numa prisão britânica, tendo depois sido transferido para os Países Baixos, onde acabou por ser libertado ao fim de um mês.
Apesar de vários intervenientes terem pedido para que Steven van de Velde fosse banido dos Jogos Olímpicos, o Comité Olímpico Internacional recusou fazê-lo, uma vez que essa decisão, no entender do organismo, só poderia ser tomada pelo país participante.
