O futebolista Ángel Di María colocou no domingo, com ‘chave de ouro’, um ponto final na sua carreira ao serviço da Argentina, na qual foi um verdadeiro ‘anjo-da-guarda’ para Lionel Messi, com os seus golos cirúrgicos.
Se Messi, provavelmente o melhor jogador da história, levantou quatro troféus como ‘capitão’ da ‘albi-celeste’, o último em Miami, a Copa América de 2024, depois de um triunfo sobre a Colômbia por 1-0, após prolongamento, muito o deve a ‘Fideo’, a quem também tem de agradecer a medalha de ouro olímpica de 2008.
Terceiro no ranking de jogos, com 145, os mesmos de Javier Zanetti, e apenas atrás de Messi (187) e Javier Mascherano (147), e sexto no dos golos, com 31, Ángel Fabián Di María Hernández, atualmente com 36 anos, fica, sobretudo, para a história como o homem dos grandes momentos.
Di María foi, claro, muito mais do que isso, foi um jogador que deliciou – e continua a deliciar – os espetadores, alguém sempre pronto para dar espetáculo, mas igualmente prático, com grande capacidade de decisão, e recurso ‘infinitos’ na hora de marcar ou fazer o passe certo, no momento exato.
Curiosamente, estreou-se e fecha a sua trajetória como jogador da seleção da Argentina ao serviço do Benfica, que o contratou, ao Rosario Central, em julho de 2007 e o resgatou 14 anos depois, em 2023/24, para uma época, que poderão vir a ser duas.
Di María começou a mostrar, com apenas 20 anos, a sua apetência para finais quando deu à Argentina o ouro olímpico no torneio de futebol de Pequim2008, ao marcar, a passe de Messi, o único golo na final com a Nigéria, um belo ‘chapéu’, aos 58 minutos.
Este encontro não entra na contabilidade dos 145 que fez pela principal formação argentina, pois foi ao serviço da seleção olímpica, mas mostra uma precoce tendência para grandes momentos.
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Di María demorou a repetir a façanha, pois só voltou a ter nova experiência idêntica 13 anos volvidos, em 2021, quando, em pleno Estádio Maracanã, marcou, como novo ‘chapéu’, o golo da vitória da Argentina sobre o Brasil (1-0) na final da Copa América.
Aos 22 minutos, o extremo recebeu na direita um passe longo de Rodrigo De Paul e, numa ‘imitação’ perfeita do tento conseguido em Pequim, fez a bola passar por cima de Ederson.
Com este triunfo, a Argentina colocou um ponto final numa seca de títulos que durava desde a vitória na Copa América de 1993 e Di María conquistou o seu primeiro título na seleção principal, ‘oferecendo-o’ também a Lionel Messi.
‘Fideo’ como que lhe tomou o gosto e, no ano seguinte, em 2022, voltou a fazê-lo, e em dose dupla, desta vez em finais que não tiveram só o seu nome na lista dos marcadores, a da Finalíssima, em Wembley, e do Campeonato do Mundo, no Qatar.
Primeiro, a fechar a época 2021/22, marcou o segundo dos três golos com que a Argentina venceu a Itália por 3-0, aos 45+1 minutos, como não podia deixar de ser com um ‘chapéu’, este mais rasante, uma ‘picadinha’ sobre Donnarumma a fazer o 2-0, após assistência de Lautaro Martínez.
Em 18 de dezembro de 2022, em Lusail, na final do Mundial, voltou a não falhar à ‘chamada’ e foi ele a marcar o 2-0, aos 36 minutos, a completar uma magnífica jogada da Argentina, como não podia deixar de ser com um suave toque a fazer sobrevoar a bola por cima do guarda-redes francês Hugo Llloris.
O ‘11’ foi o melhor jogador da Argentina até sair, aos 64 minutos, com o ‘onze’ de Lionel Scaloni a vencer por 2-0. Depois, muito chorou no banco, após peripécias mil, que acabaram com o título – 4-2 nos penáltis, após 3-3 nos 120 minutos.
Di María, que se estreou em 06 de setembro de 2008, com um 1-1 face ao Paraguai, e marcou o primeiro golo num 5-0 ao Canadá, em 24 de maio de 2010, esteve também no Mundial de 2010, na Copa América de 2011 e, em percursos pautados por lesões, no Mundial de 2014 e nas edições 2015 e 2016 da Copa América.
No Mundial2018, voltou a ser opção e marcou no adeus da Argentina, num desaire por 4-3 face à França, nos ‘oitavos’, e também esteve na Copa América de 2019.