No último dia 30 de janeiro, o Ministério da Saúde divulgou um novo boletim epidemiológico abordando Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) no Brasil, o documento traz um estudo com análise integrada da morbimortalidade específica por DTNs selecionadas (doença de Chagas, esquistossomose mansoni, hanseníase, filariose linfática, leishmaniose tegumentar, leishmaniose visceral, oncocercose, raiva humana, tracoma e acidentes ofídicos).
Foram utilizados dados de 5.570 municípios entre 2016 e 2020 com informações sobre número de casos, sobreposição, proporção e taxas de detecção e de mortalidade segundo variáveis sociodemográficas.
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Achados do boletim sobre Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs)
No período analisado houve uma média anual de mais de 110.000 casos de DTNs, com as maiores taxas de detecção ocorrendo nas regiões Norte e Nordeste. Mais de 40 mil mortes forma registradas entre 2016 e 2020. As regiões Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste apresentaram os números mais significativos de óbitos.
Em muitos dos casos detectados e mortes registradas, para todo o país, foi apontada uma sobreposição de DTNs, 99,3% e 66,0% respectivamente. O corte populacional mais afetado foi o masculino com menos de 60 anos, as taxas de detecção na população indígena também foram altas.
De acordo com o apresentado no relatório, em 2025, no Brasil, deverá ocorrer uma redução da detecção de casos e em menor escala nas taxas de mortalidade.
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Impacto e ações
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as DTNS colocam em risco 1,7 bilhão de pessoas no mundo, com o número de mortes que podem chegar a 200 mil por ano, de acordo com o Ministério da Saúde, 30 milhões de pessoas são afetadas no país só pelas DTNS mais comuns.
O lançamento do boletim foi realizado durante o seminário ‘Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas 2024’, na sede da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). No evento o governo propôs a criação de um Comitê Técnico Interinstitucional de Uma Só Saúde, cujo objetivo seria reunir instituições elaborar ações para promover a eliminação de DTNs.
Muitas das DTNs ou são consequências de situação de desigualdade econômica ou mesmo parte da causa, com várias dessas condições gerando incapacidade e deficiência física, estigmatização e morte prematura, tornando a população exposta aos riscos mais vulnerável. Para o Ministério da Saúde, “o controle passa uma perspectiva mais ampliada, de desenvolvimento humano e social, com caráter inclusivo e de enfrentamento à pobreza, envolvendo dimensões ambientais, de saúde humana e animal”.
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal.
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Autor
Jornalista formado pela Universidade Estácio de Sá (UNESA) em 2009, com extensão em Produção Editorial (UNESP) e Planejamento Digital (M2BR Academy).