Consiste no acúmulo de líquido no escroto e/ou no canal inguinal nos meninos e no canal inguinal nas meninas pela não obliteração do conduto peritônio-vaginal ao nascimento.
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Com o conduto aberto, pode passar além de líquido peritoneal, vísceras abdominais. Nesse último caso, resultaria em hérnia inguinal. Logo, o que diferencia a hidrocele da hérnia é o que entra pelo conduto peritônio-vaginal.
No que concerne à classificação, a hidrocele pode ser comunicante ou não comunicante. Na primeira, o conduto peritônio-vaginal está patente em todo o seu comprimento desde a cavidade abdominal até a bolsa escrotal/grandes lábios, mas com passagem apenas de líquido peritoneal que fica oscilando durante o dia. Na hidrocele não comunicante, por sua vez, há a persistência do conduto peritônio-vaginal de modo segmentar, sem comunicação com a cavidade do abdome.
Cabe destacar ainda que a hidrocele em sua maioria é congênita, mas pode ser adquirida em caso de patologias inflamatórias do escroto como torção testicular e epididimite.
Clinicamente, há o aumento do volume escrotal de modo indolor e ao exame físico evidencia-se a transluminação de bolsa escrotal positiva. Tal exame é negativo em caso de hérnia.
Por fim, é válido ressaltar que a maioria das hidroceles não comunicantes costuma ter resolução espontânea até o final do primeiro ano de vida. Por outro lado, as comunicantes necessitam de intervenção cirúrgica.
O tratamento cirúrgico está indicado também para os pacientes com hidrocele após 18 meses de vida ou hidrocele idiopática não comunicante com sintomas ou com comprometimento da pele do saco escrotal.
A cirurgia padrão para a correção da hidrocele consiste na realização de uma inguinotomia seguida da identificação do conduto peritônio-vaginal patente, ligadura/fechamento do conduto e liberação do líquido acumulado na túnica vaginal testicular.
A cirurgia minimamente invasiva, com abordagem laparoscópica, tem sido descrita em alguns centros, porém com uso ainda limitado na prática devido à falta de evidências que mostrem benefício maior com relação à cirurgia convencional.
Complicações:
- Infecção;
- Sangramento;
- Lesão do cordão espermático;
- Hidrocele residual (melhora no pós-operatório).
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Autor
Editora médica do Whitebook ⦁ Residente de Pediatria pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) ⦁ Graduação em Medicina pela UFPE.
- Sociedade Brasileira de Pediatria. Tratado de Pediatria – SBP. 5a ed. Barueri: Manole, 2022.
- Kliegman R et al. Nelson – Tratado de Pediatria. 20a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.