Doenças respiratórias transmissíveis constituem uma preocupação mundial dado seu potencial para epidemias e pandemias. Ao longo da História, a humanidade já enfrentou grandes surtos, principalmente causados por vírus, muitas vezes associados a grande número de casos ou mortes. Como exemplos, temos a gripe espanhola, H1N1, as epidemias de SARS e MERS e, mais recentemente, a pandemia de covid-19.
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A detecção precoce de agentes patogênicos é essencial para a implementação de medidas de controle e para a interrupção da transmissão, com o objetivo de limitar seu impacto e a ocorrência de novos casos. Nesse contexto, muitas vezes os primeiros sinais de uma epidemia incipiente são a ocorrência de casos clinicamente semelhantes em um número proporcionalmente maior do que o esperado pelas séries históricas, considerando local e época do ano.
Para a pandemia de covid-19, por exemplo, múltiplos casos de pneumonia viral foram detectados em Wuhan, na China. A investigação epidemiológica levou então à detecção do agente etiológico — um novo vírus respiratório posteriormente batizado de SARS-CoV-2 — e ao mapeamento de sua transmissão. Essas redes de vigilância existem em diversos países e funcionam de forma contínua para detectar e investigar essas situações.
Novo surto epidemiológico de doenças respiratórias
No final de 2023, um novo alerta de vigilância epidemiológica chamou a atenção da comunidade internacional. Trata-se de um surto de doenças respiratórias e casos de pneumonia, semelhantes à gripe, em crianças no norte da China.
Apesar do receio inicial da possibilidade de emergência de um novo patógeno com potencial epidêmico, as investigações levaram à conclusão de que os casos não estavam relacionados a um patógeno incomum ou atípico. As autoridades sanitárias locais atribuíram o aumento no número de casos ao fim das restrições relacionadas à Covid-19, com aumento da circulação de patógenos sazonais. O mesmo fenômeno foi detectado em outros países.
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Entre os microrganismos detectados e implicados nos casos descritos desse surto, encontram-se vírus respiratórios comuns, tais como Influenza, vírus sincicial respiratório (RSV) e adenovírus. Além disso, a bactéria Mycoplasma pneumoniae, agente causador de pneumonia atípica, também foi identificada como causadora de alguns dos casos em crianças.
Recomendações da OMS
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou algumas medidas a serem seguidas pela população chinesas. Essas recomendações visam a reduzir o risco de aquisição de doenças respiratórias transmissíveis e incluem:
- Vacinação;
- Distanciamento de pessoas doentes;
- Permanecer em casa quando doente;
- Testagem e cuidados médicos conforme indicado e necessário;
- Usar máscaras conforme apropriado;
- Garantir uma boa ventilação do ambiente;
- Higienizar as mãos de forma regular.
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Autor
Infectologista pelo Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ) ⦁ Graduação em Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro