Na sessão de atualização em sepse, o Prof. Andre Kalil palestrou durante o Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva (CBMI) sobre sepse em pacientes imunossuprimidos, principalmente em pacientes transplantados de órgãos sólidos e transplantados de medula óssea do seu trabalho na Universidade de Nebraska no Estados Unidos.
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Introdução
Sepse é uma presença de disfunção orgânica ameaçadora à vida secundária à resposta desregulada do organismo à infecção. (1)
Durante a palestra, ele apresentou seu estudo retrospectivo de caso controle com 123 paciente em que comparou o desfecho de pacientes imunossuprimidos transplantados com sepse, sendo realizado controles com paciente não transplantados com sepse sendo ajustados característica e gravidade dos pacientes por escore de propensão (ferramenta para balancear os fatores confundidores entre os grupos em estudos observacionais). (2)
Resultados do estudo
- Paciente transplantados com sepse têm menos leucocitose, trombocitopenia mais grave, menos febre e taquicardia do que pacientes não transplantados.
- Infecções nosocomiais foram mais comuns em pacientes transplantado 35% quando comparados a paciente não transplantados (5%) com p < 0,001).
- O estudo demonstrou uma redução da mortalidade relativa em 60-70% em paciente transplantados com sepse quando comparados com controles não transplantados. Logo, uma sobrevida significativamente maior nos pacientes transplantados.
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Conclusão
- Devemos ter maior grau de suspeição em pacientes transplantados com sepse pois eles apresentam menos sinais clínicos de infecção.
- Apesar do racional de imunossupressão a sobrevida foi maior nos pacientes transplantados com sepse.
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Autor
Médico intensivista doutorando na Universidade de São Paulo(USP), profissional da UTI do HCFM/USP e do Hospital Samaritano Paulista. Titulado AMIB em ECMO e especialista em ELSO.
Kalil AC, Syed A, Rupp ME, et al. Is bacteremic sepsis associated with higher mortality in transplant recipients than in nontransplant patients? A matched case-control propensity-adjusted study. Clin Infect Dis. 2015 Jan 15;60(2):216-22. DOI: 10.1093/cid/ciu789