Steam Deck: conjunto digno para console portátil, mas vale a pena no Brasil? | Análise / Review

O Steam Deck chegou ao mercado há algum tempo e conseguiu conquistar uma legião de fãs dentro do segmento de console portátil. Isso porque ele tem uma boa proposta e consegue atrair o usuário pelo seu preço.

Além disso, esse dispositivo também se destaca pela construção robusta, bom poder de processamento e também por entregar um software que consegue ser muito responsivo.

Mas, será que vale a pena comprar um Steam Deck aqui no Brasil? É isso o que vamos descobrir nesta análise completa.


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Tech
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Design

O Steam Deck é um console portátil que segue uma linguagem sóbria. Ou seja, ele não tem excessos e está dentro do padrão esperado. Ele tem cerca de 29 centímetros de comprimento, 11 centímetros de altura e 4 centímetros de espessura.

O peso total é de aproximadamente 669 gramas. A construção do dispositivo é feita de plástico, mas ele é sólido o suficiente e não vai quebrar na tua mão. Nos elementos de design, temos aqui direcionais no topo ao lado do botões e touchpads logo abaixo para você navegar na interface do sistema.

No topo ainda há mais quatro acionadores, um botão frontal da Steam, um botão com três pontinhos de opções e mais quatro botões na traseira para que você possa mapear a vontade.

O Steam Deck ainda tem som estéreo com saída frontal e posso dizer que o som é de boa qualidade, conta com dois microfones para jogos multiplayer e também saída de ar na traseira para dissipação de calor.

Um detalhe importante, e que merece ser mencionado por aqui, é que você não vai ter problema com aquecimento perto da mão. Isso porque todas as peças que aquecem estão no centro do dispositivo.

Logo, isso evita qualquer tipo de problema e ainda passa uma sensação de conforto. Além disso, podemos dizer que o Steam Deck é silencioso para a maioria dos ambientes.

Mas, se você estiver em um local com pouco som ambiente vai notar que dá sim para ouvir a ventoinha trabalhando, mas não é nada que incomode.

Quanto ao design do display, as bordas da tela são realmente grandes. Não é nada que incomode, mas é algo que certamente deve mudar numa segunda geração.

Como o TudoCelular testou a versão de 512 GB, essa tela também tem uma proteção antirreflexo melhor. Isso ajuda bastante, mas pode interferir na percepção de brilho máximo.

Na parte de conexões, temos aqui porta USB-C, P2 para fones com fio, Bluetooth 5.0 para acessórios sem fio, Wi-Fi em banda dupla e slot para expansão com cartão MicroSD. Inclusive, esse slot é essencial para quem pega a versão de entrada do console.

Por fim, a Steam manda na caixa desse dispositivo os manuais, um case para que você possa carregá-lo na mochila e um carregador USB-C.

Tela e hardware



Temos aqui no console tela IPS LCD sensível ao toque de 7 polegadas com taxa de atualização de 60 Hz e brilho máximo de 400 nits.

Na prática, essa tela IPS tem boa reprodução de cores e vai dar conta do recado na maioria dos games. A densidade de pixels aqui é de 206 PPI

A APU responsável pelo processamento aqui no Steam Deck é uma AMD Zen 2, sendo que a GPU RDNA 2 também é eficiente. No conjunto ainda temos 16 GB de RAM LPDDR5 e memória que vai de 64 GB a 512 GB.

Um detalhe importante é que a memória de 64 GB é uma eMMC, enquanto que as demais são mais rápidas por usarem SSD NVMe. O modelo de 512 GB inclusive é o mais poderoso nesse quesito.

Isso já é o suficiente para executar a grande maioria dos games AAA da atualidade, mas com uma ressalva que eles rodam em 800p graças a resolução da tela de 1280 por 800 pixels.

O Steam Deck também permite que você faça a conexão dele a uma TV para jogar e uma tela maior usando também um controle Bluetooth. Contudo, a presença de uma única porta USB-C pode atrapalhar, uma vez que não dá para jogar na TV e carregar ao mesmo tempo.

Por isso, a Steam vende uma dock separadamente para que esse problema seja resolvido. Ela conta com saída HDMI, USB-A, porta de carregamento USB-C, ethernet e também mais uma display port.

Na prática, isso também ajuda a usar o Steam Deck como um PC de mesa conectado a um monitor externo.

Software



O sistema operacional do Steam Deck é o SteamOS, que é baseado em Linux. Isso curiosamente tem feito a plataforma superar o macOS no número de usuários na Steam. Ou seja, um sinal de que o Deck tem vendido bem.

Para facilitar a vida dos usuários, a Steam disponibiliza uma legenda para mostrar quais games são compatíveis com o Deck. Tem o selo verde? É compatível.

Já o amarelo indica que até é compatível, mas pode apresentar alguns problemas. Por outro lado, há o símbolo de não suportado e a dúvida de não testado.

Em linhas gerais, a interface do Steam Deck é agradável e traz uma navegação simples e também bem intuitiva. Tudo funciona de forma ágil, as animações são suaves e até mesmo a abertura dos games está dentro do esperado.

Caso deseje, você ainda pode alternar para o modo PC para usar a interface Linux completa. Para isso, basta manter pressionado o botão de energia para que o Steam Deck ofereça essa opção.

Nesse sistema você pode instalar navegadores e outros softwares de PC, como o LibreOffice, por exemplo. Além disso, é possível navegar usando os pequenos trackpads ou via mouse Bluetooth.

O teclado também pode ser usado via touch, mas é preciso apertar o botão Steam e o X para que ele abra. Uma vantagem disso tudo é que é possível usar emuladores Nintendo, PSP, PS2, PS3 e afins.

O Steam Deck também tem no software um modo de hibernação interessante. Tocou no botão de power, ele congela o game para que você possa voltar de onde parou quando religá-lo.

Por fim, se você não gostar do Linux, há modos de instalar o Windows no Deck.

Jogatina



O Steam Deck não é um PC completo e extremamente potente, mas ainda assim ele se sai bem na maioria dos games compatíveis. Em alguns casos você vai conseguir atingir uma taxa de 60 fps.

Mas, em outros não têm magia e ele vai rodar a uma taxa que oscila entre 40 e 60 fps. Por exemplo, se você curte Doom Eternal, o Deck também vai te agradar ao atingir 60 fps em configurações médias.

Shadow of the Tomb Raider deve atingir cerca de 36 fps no modo de alta qualidade. No entanto, com as configurações personalizadas, o dispositivo chega a 60 fps.

É claro que não vou listar todos os games aqui até porque é uma lista extensa, mas em nossos testes ficou claro que é possível jogar tranquilamente esses jogos nas configurações médias.

Você pode até testar as opções mais altas dos games e o Deck vai rodar sem lags, mas isso será ao custo da autonomia do aparelho.

Autonomia



Apesar da Valve prometer uma média que pode chegar a até 8 horas, o Steam Deck não vai atingir o máximo quando você joga games mais pesados. E claro, o nível de brilho também importa nessa conta.

Jogando games como Cyberpunk 2077 a um brilho próximo do máximo, você vai alcançar uma média de duas a três horas de autonomia. O mesmo posso dizer para outros títulos mais pesados.

Agora, para atingir as oito horas máximas, é preciso jogar títulos mais leves ou aqueles games indies.

Isso porque alguns games realmente exigem o máximo da CPU e GPU. Logo, não tem como economizar energia por aqui e o Steam Deck vai exigir uma tomada em poucas horas.

Em resumo, considere o Steam Deck como um smartphone no campo da autonomia. Ele vai gastar pouco em games mais leves e muito em mais pesados.

Concluso



O Steam Deck foi lançado como uma solução portátil para quem quer acessar seus games de PC de qualquer lugar e ele consegue cumprir bem essa missão.

O formato agrada, a construção é robusta, o sistema operacional é uma surpresa positiva, isso sem falar que ele consegue rodar a maioria dos games compatíveis com uma taxa de boa para aceitável.

Ou seja, o desempenho não será um problema. Claro que isso considerando os games que você deseja jogar neste pequeno console que não é tão portátil assim.

Outro detalhe positivo que preciso citar é o suporte contínuo da Steam, que sempre tem mantido esse rapaz atualizado.

Agora, alguns pontos negativos que preciso destacar aqui é a tela IPS com bordas gigantescas e brilho relativamente baixo, a falta de um painel OLED e de uma segunda porta USB-C para dispensar o uso de um dock.

Entretanto, o Steam Deck não é vendido oficialmente aqui no Brasil. Claro que você pode encontrá-lo facilmente via importação e o preço parte de R$ 3.400 e pode chegar a R$ 5.000 na opção de 512 GB.

Ou seja, valores que se aproximam de um PC gamer mais básico. Ainda assim, posso dizer que o Steam Deck é mais indicado para quem viaja muito ou tem orçamento disponível.

Se você tem um PC em casa, talvez não seja uma boa comprar o Deck. Agora, quando comparamos o preço dele com o ROG Ally, que tem poder de processamento melhor, os R$ 7 mil cobrados pela ASUS podem assustar muito mais.

E neste caso, o Steam Deck pode valer muito mais a pena. Basta ampliar a memória para ter uma experiência satisfatória.

Agora, resta saber qual será o posicionamento do Lenovo Legion Go, que tem previsão de ser vendido no Brasil, mas ninguém sabe quando será lançado.

De toda forma, se você quer entrar no universo dos consoles portáteis, o Steam Deck é sim uma boa opção. O preço dele por aqui no Brasil não está barato, mas ainda é pagável.

64 GB

256 GB

512 GB

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