Apresentação clínica da embolia paradoxal: o que devo saber?

Na publicação de conteúdos do Whitebook Clinical Decision de hoje, falaremos sobre uma condição da Cardiologia, a embolia paradoxal. Ela constitui uma importante causa de eventos isquêmicos em indivíduos jovens, principalmente encefálicos, sendo caracterizada pela tríade clínica:

A condição se inicia com a formação de um êmbolo na circulação venosa (particularmente em membros inferiores), que passa para a circulação arterial através de comunicação intracardíaca (mais comumente forame oval patente), gerando quadro isquêmico arterial em vasos encefálicos (AVE isquêmico), coronarianos (infarto agudo do miocárdio), renais ou de extremidades. O êmbolo pode ser de qualquer natureza (ex.: coágulo, ar, gordura).

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Representação gráfica de um coração que pode sofrer de Insuficiência cardíaca devido a anormalidades no nível de potássio

As manifestações são inespecíficas, o que dificulta o diagnóstico. Os pacientes podem ter alterações neurológicas ou outros sintomas sugestivos de embolia arterial (ex.: periférica, coronariana, renal). Pode ocorrer em pacientes jovens sem fatores de risco para doenças cardiovasculares. Um quadro compatível com embolia em paciente jovem sem fatores de risco deve suscitar a pesquisa de embolia paradoxal.

A sintomatologia varia de acordo com o sítio da embolia:

  • Acidente vascular encefálico ou ataque isquêmico transitório: hemiplegia, dislalia, alterações visuais, convulsões;
  • Síndrome coronariana aguda: dor precordial, dispneia, sudorese profusa;
  • Embolia arterial periférica: dor, parestesia, cianose.

Marcadores de gravidade:

  • Ocorrência de complicações (ex.: sequelas neurológicas, amaurose, gangrena de extremidades, insuficiência renal).

Fatores de risco para trombose venosa:

  • Trombofilias;
  • Imobilização;
  • Gestação;
  • Uso de estrogênio;
  • História pregressa de trombose venosa;
  • Trauma;
  • Neoplasias;
  • Cirurgias (principalmente ortopédicas, abdominais e geniturinárias).

Causas de comunicação intracardíaca:

  • Forame oval patente;
  • Defeito do septo atrial;
  • Malformação arteriovenosa pulmonar;
  • Defeito do septo ventricular;
  • Ducto arterioso patente.

Exame físico para embolia paradoxal

Pacientes com trombose venosa profunda apresentam edema, dor e vermelhidão no membro acometido. A embolia arterial periférica apresenta-se com extremidades frias, cianóticas ou pálidas.

No caso de acidente vascular encefálico ou ataque isquêmico transitório, podem ser evidenciados déficits neurológicos focais, afasia e paralisia de nervos cranianos.

No caso de síndrome coronariana aguda, o quadro é semelhante ao de um Infarto Agudo do Miocárdio, com sudorese, taquicardia e palidez.

Para saber mais sobre a condição e sua abordagem, acesse Whitebook > Início > Medicina Interna > Cardiologia > Embolia Paradoxal. Ou clique aqui!

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