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Spike Lee, diretor de clássicos como Faça a Coisa Certa, Malcom X e Infiltrado na Klan, tem um problema com Oppenheimer. Segundo o cineasta, Christopher Nolan deu mancada ao não mostrar o lado dos japoneses no filme.
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Em entrevista ao Washington Post, Lee argumentou que Nolan tinha o poder de decisão e os recursos para fazer jus às vítimas da bomba nuclear, nem que seja na conclusão do filme de três horas:
“Nolan é um cineasta gigante. Isso não é uma crítica, mas um comentário. Se Oppenheimer tem três horas de duração, queria alguns minutos a mais para mostrar o que aconteceu com a população japonesa. As pessoas foram evaporadas. Muitos anos depois, ainda há gente radioativa.
Não é como se ele não pudesse fazer isso. Ele é quem dá as ordens aos estúdios. Teria adorado se o final do filme fosse algo como mostrar as consequências de ter lançado as duas bombas nucleares no Japão.”
Spike Lee dificilmente é o primeiro a reclamar disso. Durante o auge de Oppenheimer, muita gente reclamou da ausência de mostrar o outro lado, o que até causou problemas com a campanha de divulgação do longa no Japão. Até o momento, Christopher Nolan ainda não respondeu aos comentários do colega cineasta.
No fim das contas, Lee esclareceu que não quer que seus comentários sejam entendidos como um ataque: “Entenda, é só amor”, afirmou. “E pode apostar que Nolan pode me falar algumas coisas que ele mudaria em ‘Faça a Coisa Certa’ e ‘Malcolm X’”. O cineasta ainda disse que exibe Dunkirk para seus alunos de cinema na Universidade de Nova York.
Lançado nos cinemas brasileiros em junho, Oppenheimer ainda não está disponível nas plataformas digitais.
Fonte: Variety