Startup israelita utiliza o fundo do Mar Negro para armazenar CO2

Uma inovadora abordagem à forma como é possível capturar e armazenar dióxido de carbono está a ser estudada por uma startup israelita. O fundo do Mar Negro surge como uma solução inesperada, mas que pode fazer a diferença durante milhares de anos.

Investigadores da Rewind, empresa especializada em soluções climáticas sediada em Haifa, Israel, anunciaram recentemente um método inovador para armazenar dióxido de carbono, evitando a libertação na atmosfera e contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito de estufa.

A nova abordagem da Rewind é inspirada em processos naturais, utilizando plantas e outras biomassas capazes de absorverem enormes quantidades de carbono, encaminhando-o depois para armazenagem no fundo do Mar Negro, onde poderá ficar retido.

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Fundo do mar (foto: Freepik)

O sequestro de carbono envolve formas tradicionais de captura da atmosfera e armazenamento no subsolo. Mas a empresa de Haifa parte do princípio de que as plantas, especialmente algumas espécies de árvores, são conhecidas pela sua capacidade de capturar e armazenar dióxido de carbono através da fotossíntese. E quando essas plantas morrem e se decompõem, elas libertam o carbono armazenado enviando-o de novo para a atmosfera.

A aposta da Rewind visa manter o equilíbrio do carbono libertado durante a decomposição para alcançar um efeito líquido negativo da reentrada do carbono na atmosfera. A empresa concentra-se na utilização de matéria vegetal existente, que não está a ser utilizada ou que foi queimada, e afunda-a nas profundezas do Mar Negro.

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Fundo do mar (foto: Luque Stock/Freepik)

O Mar Negro foi identificado como um local ideal para armazenar biomassa densa em carbono devido à sua forma geológica, que impede a mistura de oxigénio entre as camadas superiores e mais profundas, criando um ambiente de preservação perfeito para as plantas e evitando que se decomponham e libertem dióxido de carbono de volta para o mar. a atmosfera.

A empresa refere que a descoberta do Mar Negro como local ideal para a implementação deste método inovador de armazenamento de carbono teve como suporte uma outra interessante característica. É que no fundo do Mar Negro marcam presença vários navios naufragados em madeira, alguns preservados durante mais de 2.000 anos.

Para além disso e de acordo com informações das Nações Unidas, toda a região que rodeia o Mar Negro (Ucrânia, Rússia, Geórgia, Turquia), conhecida como o celeiro da Europa, produz anualmente centenas de milhões de toneladas de agricultura, deixando cerca de uma gigatonelada de biomassa residual todos os anos.

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Barco naufragado no fundo do mar (foto: Wirestock/Freepik)

A Rewind pega a matéria vegetal existente que foi queimada ou que de alguma forma não é bem aproveitada e envia-a para a costa, afundando-a no fundo do Mar Negro. A forma geológica do mar fechado impede que o oxigênio das camadas superiores, onde ocorre a fotossíntese e de onde o oxigênio vem do ar, se misture com as camadas mais profundas.

Antes do transporte e da submersão no mar, as plantas são meticulosamente testadas quanto ao seu teor de carbono e verificadas quanto a produtos químicos nocivos, como fertilizantes e pesticidas. Vários desperdícios da agricultura como o caule de girassol, são consideradas ideais para esse processo devido à rápida captura de carbono e estabilidade na água.

A Rewind acredita que este projeto, por ser uma solução sustentável e eficiente, poderá contribuir para a remoção anual de mil milhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera e representa um marco significativo na luta contra as alterações climáticas.

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