O Sporting manifestou hoje pesar pela morte de Salif Keita, aos 76 anos, antigo futebolista que jogou durante três épocas no clube, formando um ataque temível com Manuel Fernandes, Manoel e Jordão.
“O Sporting Clube de Portugal manifesta o seu pesar pela morte de Salif Keita, antigo avançado maliano que chegou ao clube em 1976 e jogou de leão ao peito durante três temporadas. Aos familiares e amigos, as mais sentidas condolências, não deixando de enaltecer e agradecer os anos de dedicação e devoção ao clube”, lê-se numa nota divulgada pelo clube de Alvalade nas redes sociais.
O antigo avançado e primeiro futebolista a receber a Bola de Ouro africana, em 1970, morreu hoje aos 76 anos, anunciou o governo do Mali.
Salif Keita chegou ao Sporting em 1976, com 30 anos, depois de passagens por Saint-Étienne, Marselha e Valência, sendo que brilhou ao serviço dos ‘verts’ durante cinco épocas, nas quais realizou 167 jogos e marcou 135 golos, assumindo-se como um jogador fundamental na conquista de três campeonatos e duas taças de França.
Em 1967, marcou 42 golos que lhe asseguraram a conquista da Bota de Prata, destinada ao segundo melhor marcador do continente europeu, e três anos volvidos foi nomeado Futebolista Africano do Ano, num reconhecimento da revista France Football.
Depois do sucesso em Saint-Étienne, transferiu-se para o Marselha, em que formou uma dupla que deu ‘brado’ com o jugoslavo Skoblar, mas acabaria por entrar em conflito com os dirigentes do clube do sul de França que tentaram forçar a sua naturalização, levando-o a sair para os espanhóis do Valência, no qual se tornou num dos ídolos da bancada ‘che’. Contudo, em Espanha, enfrentou racismo por parte dos jornais desportivos.
Três épocas depois foi convidado por João Rocha, então presidente do Sporting, que o foi buscar na tentativa de fazer esquecer o goleador argentino Yazalde, que marcou uma época em Alvalade e que se tinha transferido para o Marselha.
No Sporting, entre 1976 e 1979, a ‘pérola negra do Mali’, como ficou conhecido, fez 77 jogos e marcou 32 golos, formando uma frente de ataque temível, numa primeira fase com Manuel Fernandes e o brasileiro Manoel, e depois com Rui Jordão, entretanto contratado pelo presidente João Rocha, conquistando uma Taça de Portugal pelos ‘verdes e brancos’.
Em 1979, já com 34 anos, mudou-se para os norte-americanos do New England Tea Men, de Boston, onde viria a terminar a carreira.
Foi finalista vencido da Taça das Nações Africanas de 1972, presidiu à Federação Maliana de Futebol, esteve envolvido com o governo do seu país e foi votado um dos melhores africanos do último meio século pela Confederação Africana de Futebol.
O talento para o futebol passou também para os sobrinhos, com Seydou Keita parte da equipa do FC Barcelona que venceu tudo com Pep Guardiola, Mohamed Sissoko a jogar no Valência, Liverpool ou Juventus, e Sidi Yaya Keita no Lens.