O uso de eletrônicos por crianças está sendo debatido por várias organizações após a Unesco recomendar que celulares sejam banidos das escolas em todo o mundo. Agora um estudo publicado no JAMA (Journal of the American Medical Association Pediatrics) reforça que o uso excessivo de telas causa prejuízos no desenvolvimento de bebês.
O estudo foi realizado por cientistas do Japão que analisaram o desenvolvimento de 7.097 com idade entre 1 e 4 anos que ficavam expostas a diferentes tipos de tela. A distribuição foi a seguinte:
- 78% das crianças usavam telas por menos de duas horas por dia;
- 18% delas usavam telas entre duas e quatro horas;
- 4% das crianças usavam telas por mais de quatro horas.
O estudo não diferenciou o uso de tela entre atividades de aprendizado e entretenimento.
Analisando os resultados, os cientistas concluíram que crianças de até um ano que usaram celulares por mais tempo tiveram atrasos no desenvolvimento de habilidades motoras, pessoais e sociais de até dois anos em comparação com as demais.
Além disso, o atraso também pode ser notado anos mais tarde, pois crianças de um ano que usaram telas por mais de 4 horas por dia também tiveram atrasos no desenvolvimento de habilidades relacionadas a resolução de problemas e comunicação quando atingiram a idade entre 2 e 4 anos.
Por fim, os especialistas apontam que os atrasos de desenvolvimento não foram causados pelo celular, mas sim pela falta de socialização das crianças com as pessoas ao seu redor, um fator essencial durante o desenvolvimento dos bebês.
O resultado foi reforçado pelo psicólogo do desenvolvimento do Yale Child Study Center, David J. Lewkowicz. Segundo ele, a interação da criança com os pais ajuda a ensinar palavras, expressões faciais e demais formas de comunicação, o que não ocorre com uma tela.
A próxima etapa do estudo é avaliar se o tempo de tela usado em atividades de aprendizado também tem influência negativa no desenvolvimento das crianças, pois muitas instituições já utilizam tablets e computadores para fins educacionais.
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