Os cidadãos do Equador decidiram em referendo realizado no domingo passado proibir a exploração de petróleo numa área protegida da Amazónia, o Parque Nacional Yasuni, contrariando pretensões da petrolífera estatal.
Com esta decisão saída do referendo conjunto com as eleições presidenciais e legislativas equatorianas, a petrolífera estatal deverá encerrar as suas operações numa região que abriga uma grande biodiversidade e as tribos indígenas isoladas Tagaeri e Taromenani.
Em 1989, o parque foi designado reserva mundial da biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
O parque tem uma área com mais de um milhão de hectares, possui 610 espécies de aves, 139 espécies de anfíbios e 121 espécies de répteis. Pelo menos três destas espécies são endémicas.
Hoje, com mais de 90% dos votos contabilizados, cerca de seis em cada dez equatorianos rejeitaram a exploração de petróleo no Bloco 43, situado dentro de Yasuni.
O resultado representa um golpe significativo para o Presidente equatoriano, Guillermo Lasso, que defendeu a extração de petróleo, afirmando que as suas receitas são cruciais para a economia do país.
A petrolífera estatal Petroecuador será obrigada a desmantelar as suas operações nos próximos meses.
O referendo ocorreu paralelamente às eleições presidenciais, que serão decididas numa segunda volta entre a candidata da esquerda Luisa González e o candidato da direita Daniel Noboa, em 15 de outubro.