Hiannik Kamba, antigo futebolista formado nas camadas jovens do Schalke 04 e nascido no Congo, foi dado como morto em 2016, depois de regressar a África. Um jornal local publicou mesmo, na altura, um obituário com o seu nome e a sua mulher divulgou, inclusivamente, uma declaração a confirmar a morte do ex-futebolista.
Mas Kamba encontrava-se, afinal, vivo, tendo ele e a então sua esposa recebido qualquer coisa como 1,2 milhões de euros em seguros de vida. Em 2019 Kamba reapareceu na Alemanha e em novembro de 2021 o casal foi condenado, por fraude, a três anos e dez meses de prisão por um tribunal de Essen.
Apesar da condenação, Kamba manteve-se em liberdade, visto que o veredicto não era ainda definitivo, sendo depois confirmado em setembro de 2022.
Kamba, entretanto separado, recebeu uma intimação para se entregar, mas não o fez e continua à solta, sendo procurado pelas autoridades com um mandado de prisão internacional. Esta quarta-feira, o jornal alemã BILD conseguiu entrar em contacto com Kamba, por e-mail, e este diz-se inocente e discriminado pelas autoridades alemãs.
“Estou inocente. Estou muito dececionado com a Alemanha. Eles não tinham e não têm provas contra mim, mas primeiro querem mandar-me para a prisão e depois deportar-me. Prefiro ir para a África voluntariamente…”, disse.
Kamba garante que na Alemanha sempre se comportou de forma exemplar e responsabiliza a antiga esposa.
“A Alemanha quer fazer-me passar pelo mau da fita só porque joguei no Schalke. Para mim, ninguém fez o seu trabalho corretamente. Os juízes, os procuradores, os investigadores criminais e a polícia”, salienta, depois de no tribunal ter apontado o dedo à antiga mulher como responsável por toda a história da sua suposta morte. Uma versão que não convenceu os juízes.
A sua ex-mulher – que tem igualmente a pena ainda por cumprir – também se afirma inocente em declarações ao BILD. “A fuga dele deixou bem claro em quem se pode acreditar e em quem não se pode”, sublinha.