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Eficácia do estrogênio vaginal na ITU recorrente

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Eficácia do estrogênio vaginal na ITU recorrente

Artigo recentemente publicado no American Journal of Obstetrics and Gynecology teve como objetivo avaliar a associação entre o uso de estrogênio vaginal (prescrição) e a frequência de infecções do trato urinário (ITU), após um ano, em uma população de mulheres hipoestrogênicas. 

As infecções do trato urinário (ITU) são um importante problema de saúde que afeta mais de 60% das mulheres em sua vida e custa aos Estados Unidos aproximadamente US$ 2 bilhões, anualmente. O estrogênio vaginal é considerado o padrão de cuidados para a prevenção de ITU recorrente em mulheres com hipoestrogenismo. No entanto, a literatura que apoia seu uso é limitada a pequenos ensaios clínicos. 

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Metodologia 

Trata-se de um estudo observacional retrospectivo multicêntrico que incluiu mulheres que receberam prescrição de estrogênio vaginal para infecção urinária recorrente, de janeiro de 2009 a dezembro 2019. ITU recorrente foi definida como pelo menos três culturas de urina positivas (separadas por pelo menos 14 dias) nos 12 meses anteriores à prescrição de estrogênio vaginal. Foram excluídas mulheres com anormalidades anatômicas, malignidade ou erosão do trato geniturinário. 

Foram coletados dados demográficos, comorbidades médicas e história cirúrgica. A adesão foi capturada por meio de dados de recarga (renovação) após o índice de prescrição. A baixa adesão foi definida como ausência de recargas; adesão moderada foi definida como uma recarga; alta adesão foi definida como duas recargas. 

Os dados foram extraídos do sistema de prontuário eletrônico usando o banco de dados de farmácia e códigos de diagnóstico. Um teste T pareado foi usado para comparar infecções do trato urinário pré e pós-prescrição ao longo do ano. Regressão binomial foi usada para avaliar preditores de infecção do trato urinário pós-prescrição.  

Resultados 

A coorte incluiu 5.638 mulheres com média (padrão desvio) de idade de 70,4 (11,9) anos, índice de massa corporal de 28,5 (6,3) kg/m2, e frequência basal de infecção do trato urinário de 3,9 casos no ano (1,3). A maioria das participantes eram brancas (59,9%) ou hispânicas (29,7%) e pós-menopáusicas (93,4%).  

A frequência média de infecção do trato urinário no ano após a prescrição do índice diminuiu para 1,8 (P <0,001) de 3,9 no ano anterior à prescrição, o que representa uma redução de 51,9%. Durante 12 meses após a prescrição, 55,3% dos pacientes experimentaram 1 infecção do trato urinário, e 31,4% não tiveram infecções do trato urinário. 

Preditores significativos de infecção do trato urinário pós-prescrição incluíram idade maior de 75 anos, aumento da frequência basal de infecção do trato urinário, incontinência urinária, retenção urinária e diabetes mellitus. Pacientes com alta adesão medicamentosa demonstraram ITU pós-prescrição mais frequentes do que pacientes com baixa adesão (2,2 vs 1,6; P<0,0001).  

Conclusão 

Nessa análise retrospectiva de 5.600 mulheres com hipoestrogenismo que receberam prescrição de estrogênio vaginal para a prevenção de infecções recorrentes do trato urinário, a frequência de infecção do trato urinário caiu mais de 50% no ano seguinte. De acordo com ensaios clínicos anteriores, esse estudo suporta o uso do estrogênio vaginal como profilático para mulheres com infecção recorrente do trato urinário.  

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Mensagem prática 

A constatação paradoxal de que as mulheres com alta adesão à medicação experimentou a redução de menor magnitude na frequência de infecção do trato urinário pode representar seleção não observada ou confusão desmedida. 

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Autor

Doutor em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) ⦁ Professor no Curso de Medicina da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (FOB-USP) ⦁ Professor no Curso de Medicina da Universidade Nove de Julho de Bauru (UNINOVE).

Referências bibliográficas:
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  • Tan-Kim J, Shah NM, Do D,

Menefee SA. Efficacy of vaginal estrogen for recurrent urinary tract infection prevention in hypoestrogenic women. Am J Obstet Gynecol. 2023 May 11:S0002-9378(23)00309-5. DOI: 10.1016/j.ajog.2023.05.022 . Epub ahead of print. PMID: 37178856. 

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